19 de agosto de 2015

[RESENHA + LIVROS] Fuga de Furnace #2: Solitária - Alexander Gordon Smith

Título Original: Solitary
Autor: Alexander Gordon Smith
Editora: Editora Benvirá
ISBN-13:  9788564065642
Número de Páginas: 264 páginas
Skoob: Solitária | • Goodreads: Solitary
Comprar: Casas Bahia, Submarino, Livraria Saraiva
Quando mandaram a Sala Dois pelos ares, Alex, Zê, Gary e Toby acreditaram ter alcançado a tão sonhada liberdade. Porém, o que parecia um sonho acabou se transformando em um de seus piores pesadelos. A explosão os jogou nas profundezas de Furnace. Nada de ar puro, apenas escuridão e labirintos de pedra. Com os guardas e o diretor da prisão em seu encalço, os garotos sabem que é uma questão de tempo até voltarem para a cela. O verdadeiro horror de Furnace só está começando. Recapturados, eles agora precisam encarar a solitária - nada mais que um buraco no solo com apenas uma porta, trancada pelo lado de fora e vigiada pelos ternos-pretos e pelos temidos Ofegantes. Seu destino? Serem devorados pelos ratos que povoam as entranhas de Furnace, enlouquecer dentro da cela úmida ou... tentar escapar novamente.
Depois de nos presentear com uma incrível obra e início de série, Alexander Gordon Smith parece ter perdido a mão numa continuação que não mantém nem um pouco o mesmo ritmo de adrenalina e tensão que a história anterior, Encarcerados: de 5 estrelas e favoritado para 3 estrelas.

Quem leu Encarcerados sabe que o último capítulo é uma covardia. Percorremos todo o caminho com Alex, em direção a uma tão esperada fuga e no final somos lançados, com ele, dentro de um buraco. Solitária começa exatamente aí: depois de Alex, Zê, Gary e Toby se jogarem nessa abertura e caírem no rio. O começo do livro são 5 capítulos de puro nada, onde esses garotos ficam vagando e escalando rochas, nadando contra a correnteza do rio, ouvindo barulhos estranhos. E é só quando são capturados que você pensa “agora vai!”, mas não vai.

Todo a análise psicológica que talvez tenha ficado faltando no livro anterior, temos de sobra aqui. Quando Alex é jogado na solitária e tem que encarar a falta de água, comida, banheiro e enfrenta o escuro e seus demônios, ele fica à beira da loucura. Seu maior pensamento é Donovan – seu ex-companheiro de cela que foi levado pelos Ofegantes – e na promessa de fugir e fechar Furnace. Quando começa a alucinar, é Donovan que ele vê, é com ele que Alex conversa. Mas não só com ele, já que Zê foi preso no buraco ao seu lado. Os dois bolam um método de comunicação que funciona em bater uma grande no chão: cada batida significa uma letra do alfabeto. (Aqui tem um pequeno furo de roteiro: se os ternos-preto estão vigiando eles a maior parte do tempo, como não descobriram esse sistema de comunicação e foram decodificando suas conversas que falavam muito sobre uma fuga e um terceiro membro?) O miolo dessa história é quase que por inteiro dentro dessa solitária, ou seja, paciência, porque em nem todos os capítulos vai haver algo interessante.
Pelo que pareceu uma eternidade, fiquei em minha cela olhando para a noite infinita, dando a meu corpo tempo para lembrar como respirar.
Uma coisa que me preocupa muito em Alex é a sua relação com sua família. De todo o tempo que o rapaz passa na solitária e até mesmo em Furnace, sua família quase nunca ocupa um espaço significante em seus pensamentos. Isso é bastante perceptível mesmo no primeiro livro: sua família é reduzida a um relance antes de ele ser preso. Será que sua mãe e pai são tão ruins a esse ponto? É mencionada pouquíssima coisa nesse segundo livro.

O livro é bastante irregular, com um ritmo lento. O autor adiciona três novos personagens à história, na tentativa de isso elevar a ação, responder algumas coisas, trazer mais questões. Simon, um novo personagem, conta sobre uma guerra que está acontecendo na prisão, dando uma nova direção para as coisas. Alex agora não é mais só um prisioneiro de Furnace, ele é um símbolo de esperança: ele conseguiu provar que Furnance não é inescapável, que há brechas, é possível achar uma rota de fuga. Uma versão de Katniss (Jogos Vorazes), se me permitem comparar.

Sem dúvidas, o autor sabe escrever drama. Donovan não é esquecido. Depois de ser capturado pelos Ofegantes ele é transformado numa coisa absurda, chocante. Uma espécie de monstro de Frankenstein. Além das solitárias, quatro novos lugares da Penitenciária são mostrados: a Enfermaria, a Sala de Cirurgias, o Incinerador e as catacumbas da prisão. O enredo vai se desenrolando ao longo desses espaços. O livro perde o tom sombrio, mas ainda assim não deixa de ter a escrita crua e gráfica que é característica do autor.
Tentei aumentar a velocidade, tentei escalar a pedra com mais rapidez, na tentativa de chegar lá em cima mais rápido que a fumaça. Em vão.

Além do final propriamente dito, o autor nos dá novas perguntas para pensarmos: qual a função do “diretor da prisão”? Quem está por trás de Furnace? E algumas delas só ficam mais preocupantes: o que diabos são os Ofegantes e os Ternos-Preto? O que é Furnace, na verdade? Por que ninguém consegue olhar nos olhos do “diretor”? Com um fim bastante parecido com o anterior, deixando em nossas mãos um cliffhanger poderoso, pergunto-me se essa foi a única solução que o autor encontrou para nos fazer esperar pelo próximo livro. A terceira parte da série é Sentença de Morte, já lançado no Brasil. Em breve a resenha será postada!

Classificação: 3 estrelas

[+] Veja também os seguintes links relacionados:
Fuga de Furnace #1: Encarcerados – Alexander Gordon Smith;
Hater #1: Ódio Mortal – David Mooty;
Bruxos e Bruxas – James Patterson (& Gabrielle Charbonnet);
Máscara, A Vida Não É Um Jogo – Luiz Henrique Mazzaron

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