18 de abril de 2014

Máscara, A Vida Não É Um Jogo - Luiz Henrique Mazzaron

• Autor: Luiz Henrique Mazzaron
• Editora: Editora Novo Século [Novos Talentos da Literatura Brasileira]
• Gênero: Suspense/Horror
• Número de Páginas: 366 páginas
• Número de Estrelas: 4 estrelas
• Skoob: Máscara
• Comprar: Submarino | Saraiva

Essa resenha não é nova. Ela já havia sido publicada no Literatura em Rabiscos (minha autoria), mas com a falência do blog, eu decidi a respostar aqui com o novo modelo de resenhas. É um livro que recebi de parceria com o autor Luiz Henrique Mazzaron no ano passado, o li rapidinho e agora estou mostrando-lhes a minha opinião a respeito. O Luiz vai me acompanhar como parceiro no Sobrevivendo à Noite e a isso eu estou muito grato.

No mundo de Domus, a morte é a moeda que alimenta o jogo. E a verdade pode custar a vida. Liam é um garoto que viveu por muito tempo isolado devido aos constantes castigos do sádico tio, um carrasco ex-militar. Porém, inesperadamente, surge uma entidade maléfica, uma figura das trevas trajando uma máscara, e passa a o perseguir, levando-o a participar de um jogo num mundo surreal, chamado Domus. Junto a um grupo, Liam parte para uma experiência alucinante, em que os pecados da humanidade serão colocados em xeque, como numa espécie de julgamento. Um combate onde o principal objetivo do adversário é mostrar o quão odiosa é a raça humana... Mas ainda há muitos mistérios que rodeiam este intrincado jogo. Por qual motivo a criatura possui tamanha obsessão por ele? E vale a pena prosseguir, já que a morte é a única certeza?
Primeiramente eu gostaria de falar sobre a diagramação do livro. O livro é uma beleza e uma sutileza inquestionável - com exceção à alguns erros na escrita de palavras, na revisão e até mesmo na própria diagramação. A capa é uma beleza e a lombada é admirável. O livro é divido em 7 partes principais: um prólogo e seis arcos. Cada arco é intitulado de uma maneira que chame a atenção. Cada arco contém seu devido número de capítulos e cada capítulo é dividido em pequenas partes. Resumindo: o livro foi quebrado em pedacinhos na diagramação.

Além de possuir essas quebras, o livro corre de uma maneira impercebível. Juntamente com a diagramação, o próprio enredo, a escrita do autor e a maneira como ele nos apresenta cada sequência de atos ajudam muito a terminar o livro em pouco tempo. Foram esses os principais motivos que me levaram a lê-lo em apenas quatro dias.
Quando a porta fechou, Liam se sentiu só no mundo. Sua única esperança havia se jogado para os braços da morte, e ele estava trancado no quarto sob a escada. O que faria?
Desculpem-me por este trecho acima. Ele não condiz com o tópico o qual irei analisar agora. Ao longo da história observamos vários pontos de vista. Pelo menos dez. Isso faz com que a ambientação se expanda, já que, nem sempre, os personagens estão no mesmo lugar. Além do espaço, o tempo também se expande, já que em determinados momentos da obra, o autor volta no passado para explicar certos acontecimentos e atos questionáveis de alguns personagens.

Já enveredando na análise dos personagens, gostaria de apontar um ponto importantíssimo: a sua construção. Em determinados momentos da obra, eu senti o autor tentando criar um laço entre o personagem. Infelizmente eu não consegui achar profundidade nos personagens, mesmo o autor criando todo um drama ao redor deles, analisando seus atos e impondo-lhes desafios. Eles ficaram um tanto artificiais demais. Já que o autor está ciente disso, esperemos que ele melhore esse ponto na sequência. Outra coisa também que impede a conexão com eles, é a burrice em massa. Todos se tornam passivos a Liam, acatando todas as suas decisões. Além de, claro, o autor utilizar de muitos esteriótipos na criação dos "jogadores".
— Vamos, Liam - pressionou a voz. — O cronômetro está na parede. Quem vive? Quem morre? A decisão é sua.
Jogos Mortais é uma das minhas franquias preferidas - só perde para A Nightmare On Elm Street -, lançada pela Lionsgate. E se você reconheceu esse bordão acima do famoso serial-killer Jigsaw, você está certo. Máscara conta com uma junção de muitos clichês e de histórias conhecidíssimas do público como: Jogos Mortais, The Walking Dead e Silent Hill. Ainda arrisco em dizer que, a construção e apresentação do protagonista, Liam, é muito parecida com a personalidade do jovem Harry Potter.
O bastão cortou o ar e acertou Rosa na garganta. Um rugido coou pelo circo e aumentou, como se as dependências do parque tivessem sido feridas também. Rosa gemeu e removeu o bastão; um líquido negro saía de seu ferimento. Ela tossia e levantou com dificuldade, sem equilíbrio.
Devo admitir que o autor soube criar a atmosfera. Os espaços foram descritos de uma maneira majestosa e em alguns momentos você até pensa que está lendo o roteiro de um filme... ou uma série de tv. O autor soube criar uma aura de horror e morte em cada ambiente pelo qual os personagens passam. O desfecho da obra é um perfeito cliffhanger. Ele realmente te faz buscar pela sequência. Apesar da maioria das pontas terem sido atadas, ele ainda deixa uma incrível pergunta: "e agora?".

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