22 de junho de 2014

Cinema #4: Perseguição

• Título Original: Joy Ride
• Ano: 2001 | Duração: 97 minutos
• Direção: John Dahl
• Produção: J.J. Abrams
• Elenco: Steve Zahn, Paul Walker, Leelee Sobieski, Jim Beaver, Matthew Kimbrough, Ted Levine, Jessica Bowman
• Nota: 4,5
• SinopseAs férias de verão têm início e apenas uma idéia ronda a mente de Lewis Thomas: partir com a garota dos seus sonhos, Venna, em uma viagem de carro pelos Estados Unidos. Mas seus planos são alterados quando ele é obrigado a salvar Fuller, seu irmão mais velho, que é conhecido por sempre causar problemas. Em uma de suas brincadeiras Fuller acaba envolvendo um motorista de caminhão solitário, que decide se vingar dele e de todas as pessoas que estiverem juntas de qualquer maneira.


A história é bem simples: dois caras burros fazendo burrice e pagando por isso, eles apenas não esperavam meter outras pessoas nesse meio. Devo admitir que eu achei engraçado a cena que eles tiram sarro do caminhoneiro - auto-denominado Unha Suja -, mas depois que eles marcam um encontro com o cara no motel, eu comecei a pensar que eles realmente mereceram o que lhes fizeram. Logo quando eles começam a enganar o cara, tem uma parte que ele (Unha Suja) fala que nunca fez aquele tipo de coisa (sexo virtual) e eu, realmente, senti dó do cara. Será que isso não faz referência aos perigos que as pessoas correm risco hoje em dia, se relacionando com um desconhecido por meios virtuais? I'M JOKING!

O Lewis (Walker) não gosta da ideia de início, mas depois, por insistência do irmão, acaba concordando, mas depois do acontecimento no motel, ele percebe que não deveria ter levado aquilo a tão longe, não é à toa que quando o Unha Suja os encontra, ele começa a implorar e pedir desculpas. Quando eles contam para o caminhoneiro que era só uma brincadeira, há um silêncio no rádio transmissor. É quase como se o homem estivesse pensando "Eles estavam brincando comigo. Eu botei um homem em coma porque eles estava me zoando. Isso não vai ficar assim!".

O filme é todo focado na tensão. O roteiro, trilha sonora, fotografia, tudo. É interessante, pois nas cenas de motel a produção usou duas cores importantíssimas: o vermelho e o verde. Primeira, o verde que representa o alívio do stress (na cena ilustrada acima). Nessa cena eles percebem que tudo foi longe demais. É nessa cena que o caminhoneiro vai, extremamente aberto, se encontrar com sua Pirulito, mas acaba encontrando um homem desconhecido. A tensão em volta dessa cena foi criada de uma maneira espetacular:

• Acontece quando está chovendo;
• A sonoplastia. Fora o barulho da chuva, você ouve apenas sussurros, poucos barulhos e muito, muito silêncio. O que faz você querer saber o que diabos está acontecendo no outro quarto,
• Além disso, a fotografia ajuda muito. A cena começa em plano aberto, depois vai se estreitando até focar apenas nesse quadro da imagem.

É interessante eles usarem ver, já que essa cena é muito estressante para os personagens (para os protagonistas e para o antagonista). O verde também representa estabilidade, tranquilidade e equilíbrio. O que realmente não acontece aqui. Ao analisar isso, você nota o cuidado que eles tiveram ao montar essa cena. Pegar uma cor que representa algo e jogar numa cena que mostra exatamente o contrário.
E então passamos para a segunda cor e mais representativa. O vermelho. É uma cor que estimula energia, aumento da pressão sanguínea, do pulso, dos batimentos cardíacos e a respiração, ela também aumenta a ansiedade. E nas cenas que a cor vermelha é gritante, é exatamente isso que acontece. Mas como estamos falando das cenas dos boteis em beira de estrada com parada para caminhões (antes de eles tirarem sarro do homem, quase não apareciam caminhos, depois, há caminhões em todo momento), na segunda cena, quando Venna está amarrada a uma cadeira e uma espingarda com gatilho sensível apontada para ela, tudo cria uma tensão:

• A arma está ligada à maçaneta da porta da frente, se a abrirem, a arma dispara e mata a jovem. Eles usam isso para, a todo momento, fazerem alguém quase abrir essa maldita porta. As expressões que a garota faz são ótimas;
• A tensão que é criada quando ela começa a tentar se soltar da cadeira, mas não dá certo,
• E então o desfecho, os policias chegando e não salvando o dia.

São essas coisas que fazem a tensão na primeira parte do filme (eu considero ele dividido em duas partes: a primeira seria quando eles sofrem sozinhos; a segunda quando eles sobre com a Venna) aumentar gradativamente. Começam a aparecer vários caminhões e você não tem certeza de qual é o do assassino. 


Tem uma cena que eu achei bastante interessante no final da primeira parte, que é quando o caminhoneira destrói o carro deles, o amassando contra uma árvore. É incrível como, nessa cena, eles transformaram o caminhão em uma criatura de terror (não, ele não vai se transformar como um Autobot ou um Decepticon). O caminho termina de amassar o carro, apaga os faróis e vai dando ré até ficar totalmente encoberto pelas sombras. Nessa hora, dá um fogo nas luzes dianteira. Lembra as criaturas de sobrenatural quando elas terminam de atacar e voltam para a escuridão. Muito interessante!

No geral, é um filme que cumpre o que promete. E cumpre se uma maneira sucinta e direta. Sem rodeios e cenas desnecessárias. Eu vi que tentaram introduzir um pouco de romance ao filme, mas não dá muito certo, o Unha Suja não deixa, o que é bem legal. Eu só não dei 5 estrelas para ele, pois achei a segunda metade bem parada e não tem tanta tensão quanto a primeira.

2 comentários:

  1. Ótima resenha. Compartilho das mesmas opiniões. Adoro filmes de terror adolescentes. Adorei a parte em que o caminhão não irá ser um transformer.rsrsr... Melhor que esse só Cristine =). Abraços Pétrus

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    1. Hahaha! Também adoro. Principalmente slashers <3 Ainda não assisti Cristine. Pretendo comprar e ler o livro primeiro.

      Abraços, Cléber!

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