18 de dezembro de 2015

CRÍTICA | Star Wars VII: O Despertar da Força (J.J. Abrams, 2015)

E o dia tão esperado pelos fãs chegou e passou! A grande estreia do novo filme de Star Wars (dez anos após o lançamento do Episódio III: A Vingança dos Sith e trinta e dois anos depois do Episódio VI: O Retorno do Jedi). Com uma tecnologia totalmente nova, com uma direção competente (J.J. Abram foi responsável por dirigir sucessos como Star Trek, Lost e Super 8), a volta de rostos e personagens conhecidíssimos e amados por quem gosta da franquia. Mas será que toda essa ansiedade, todo esse marketing, será que a quantidade de efeitos especiais desse filme não acabou enganando o público? Será que O Despertar da Força é bom mesmo?

TÍTULO ORIGINAL: STAR WARS VII: THE FORCE AWAKENS
DURAÇÃO: 2h15min
ELENCO: John Boyega, Daisy Ridley, Adam Driver, Harrison Ford, Oscar Isaac, Carrie Fisher

SINOPSE
Muito tempo após os fatos de "O Retorno de Jedi", encontra-se a Primeira Ordem, uma organização sombria iniciada após a queda de Darth Vader e do Império. O grupo está em busca do poderoso Jedi Luke Skywalker, mas terão que enfrentar outro grupo em busca de Luke: a Resistência, liderada por Leia.
Não se preocupem, pois essa crítica não terá nenhum spoiler; e já começo afirmando o seguinte: toda a ansiedade que você acabou criando, toda a expectativa que você alimentou, vão ser supridas e quando esse filme acabar, você vai ficar querendo muito mais.

OS QUE TENTARAM BOICOTAR O FILME, QUE FIQUEM CALADOS

Há algum tempo, saíram notícias na internet de que o filme estava sendo boicotado pelo simples fato de apresentar um protagonista negro e uma protagonista mulher. É melhor eu nem citar personagens como Padmé Amidala (Natalie Portman), Leia (Carrie Fisher), o mestre jedi Windu (Samuel L. Jackson) – mesmo não sendo este último um protagonista, com certeza tinha um papel de incrível destaque no filme.

Os novos protagonistas, Rey (Daisy Ridley) e Finn (John Boyega), são a cara de uma nova geração. Talvez sejam os protagonistas que estávamos precisando. É notável a quantidade de protagonistas femininas que estamos tendo ultimamente em filmes e em séries. Não mulheres fracas que precisam de um homem lhe protegendo, mas mulheres ferozes, fortes, que nos servem de símbolo de heroísmo. Rey – que pode lembrar muito Katniss Everdeen (da saga Jogos Vorazes, interpretada nas telonas por Jennifer Lawrence) – é essa mulher. Uma jovem que vive num lugar pobre, tendo de recolher peças de naves para conseguir o pão de cada dia.

Fazendo quem sabe uma crítica, há momentos de perseguição em que Finn agarra a mão de Rey para eles correrem e a moça acha ruim isso, diz que pode correr sozinha.

Mas o melhor de tudo, é que esses dois personagens tem um carisma juntos. Eles funcionam juntos – como funcionariam separados, se fosse preciso. Apesar de vez ou outra der a entender que há um interesse amoroso da parte de algum deles, a história se torna mais aproveitável se vermos como apenas afeto de amigos, preocupação, cuidado.

Essa dupla de protagonistas mostra que podemos encontrar a força dentro de nós, a força para resistirmos, para continuarmos, para lutarmos por um lugar melhor. E não é exatamente sobre isso que Star Wars fala? Sob todas aquelas explosões de naves, sob todos os sabres de luz, sob todos os stormtroopers (que ainda não aprenderam a acertar o alvo!), está a necessidade de lutarmos por um lugar melhor.

Outro protagonista da história é o nosso querido e já amado Han Solo (Harrison Ford). Incrível como o roteiro não deixou o velho Han soturno, chato ou melodramático, mas deixou vivo o espírito alegre do homem, as piadas, o carisma. E como não amar a relação entre ele e Chewbacca?!

KYLO REN É AQUELE PERSONAGEM QUE SEU AMIGO SELECIONA NOS JOGOS DE LUTA PARA TE VENCER
Se você achava o Darth Vader um inimigo cruel, se você achava o Anakin, o Luke ou qualquer outro mestre Jedi bons em usar a Força, Kylo Ren (Adam Driver) extrapola todos os níveis já vistos.

Ele é quase aquele personagem que seu amigo escolhe para te enfrentar nos jogos de lutar porque ele é o personagem mais “apelão”.

O cara é incrivelmente poderoso e faz coisas com seus poderes que nunca foram mostradas ou mencionadas nos outros filmes. Sua personalidade lembra muito a do Darth Vader em O Retorno do Jedi e um pouco do Anakin em A Vingança dos Sith e J.J. foi esperto o bastante para fazer com que essas impressões tenham sentido na história.

SEUS OLHOS VÃO BRILHAR E NÃO É SÓ POR VER PERSONAGENS AMADOS
Do Yoda animatrônico ao Yoda de computação gráfica. Das naves de maquetes às naves de CGI. A indústria de efeitos especiais se renova todo dia, e os filmes realmente grandes estão sempre utilizando dessas novas tecnologias. O trabalho da equipe de efeitos especiais de Star Wars é estupendo, para dizer o mínimo. É tudo muito lindo: os planetas, os alienígenas, as naves, as sequências de perseguição e luta. É tudo muito bem feito e bem coreografado.

As locações externas também não ficam para trás. J.J. conseguiu filmar em locais de tirar o fôlego. O lugar de onde Rey vem lembra muito Tatooine (planeta onde Anakin Skywalker passou sua infância); o lugar onde fica o bar de Maz Kanata (Lupita Nyong’o) é um lugar lindo, totalmente arborizado, uma mata fechada. As locações internas não deixam a desejar. A nave de Kylo Ren é incrível, tem uma arquitetura muito bonita, alta e assustadoramente sci-fi.

VOCÊ VAI PRECISAR SE LEMBRAR DE RESPIRAR E ACALMAR SEU PULSO
Todos sabem que Star Wars consegue prender a atenção do espectador do começo ao fim sempre com uma cena de ação como abertura do filme. Sempre tem aquela cena de perseguição de naves pertinho da metade e muitas explosões perto do final da história. Essa fórmula não é esquecida. Além das cenas de perseguição de naves, temos muitas lutas corpo-a-corpo, cenas com sabres de luz e são cenas intensas, cheias de tensão. Você vai ficar apreensivo, ficar na ponta do assento.


Além do que eu já havia falado antes, tem várias coisas ao longo de todo o filme que vão fazer você se sentir como se tivesse assistindo Star Wars pela primeira vez ou, ainda melhor, vão passar a sensação de que você passou anos sem ter assistido aos filmes anteriores, mesmo que você tenha feito uma maratona deles nos últimos dias.

E não se preocupe: BB8 é um androide tão incrível quanto R2.

A pior coisa que você pode achar desse filme é sair da sala de cinema e ter que voltar para o mundo real, um mundo onde não exista Kylo Ren, Finn ou Rey. O trabalho que J.J. nos entregou é mais do que brilhante, incrível. É inexplicável, indescritível. Admito que A Vingança dos Sith era o meu preferido de todos os 6 filmes anteriores, mas O Despertar da Força veio para tirar ele desse lugarzinho. Se você ainda não assistiu ao filme, não demore!

NOTA PARA O FILME: 5 estrelas

0 comentários:

Postar um comentário