21 de março de 2015

Amálgama - Rubem Fonseca

Autor: Rubem Fonseca
Editora: Nova Fronteira
Gênero: Crônicas
Número de Páginas: 160 páginas
Número de Estrelas: 3 estrelas
Skoob: Amálgama
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Em "Amálgama", mais novo livro de contos de Rubem Fonseca, residem todos os elementos - o erotismo, a violência, a velocidade narrativa, o clima noir - que consagraram o autor de Lúcia McCartney. Rubem Fonseca consegue construir uma narrativa que se desenha ao longo dos contos e, ineditamente, das poesias. Personagens e situações unidos pela tristeza, pela dor, pela raiva, pelo fracasso, pela ternura e pelo amor, um verdadeiro amálgama de vidas que se constroem e se destroem num instante.


Apesar do nome escolhido para o livro ser amálgama (uma mistura de pessoas ou coisas com características diferentes), as crônicas abordadas por Rubem Fonseca têm temas bastante parecidos, personagens de mesmo nome e com características semelhantes e, por vezes, é capaz do leitor pensar que está lendo a continuação ou prelúdio de outro anterior.

O autor deixa muitos dos seus textos com final em aberto, para que o leitor o compreenda, tire uma mensagem e crie o próprio final. Os personagens, em sua maioria, são homens frustrados. Escritores mal sucedidos, solteirões, homens obsessivos... Até mesmo um matador de aluguel. Alguns contos são bem fantasiosos e um tanto inverossímeis, coisas que o autor deixa bem claro. Sobre as poucas poesias, apenas um me conquistou de jeito: Poema da Vida, onde ele vai falar sobre um homem que faz de tudo para apreciar as vaginas das mulheres.
Você é aquilo que você quer ser. Assim como aquele italiano disse que as coisas são para nós o que parecem ser e não o que são de verdade, nós também somos o que a nossa imaginação diz que somos e não o que somos na realidade, somos uma representação subjetiva da nossa imaginação. Sei que isso parece complicado, mas não é. Por exemplo: eu não quero ser infeliz e não sou; não quero ser covarde e não sou; não quero ser ansioso e não sou. Repito: você é aquilo que você quer ser, assim como você sente aquilo que quer sentir.
Vários textos trazem uma reflexão embutida. Seja para não levar tão a sério os problemas da vida, seja sobre como as aparências enganam, seja sobre sermos donos dos nossos próprios sentimentos e vontades. O trecho acima realmente ficou gravado em minha memória por ser a pura verdade.

Algumas história podem causar certa estranheza, como me causaram, mas não deixam de ser interessantes. Acho que essa é a característica principal do livro: interessante. 

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