9 de outubro de 2014

O Natal de Poirot - Agatha Christie

Essa não é a capa da minha versão

Autora: Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira
Gênero: Suspense Policial
Número de Páginas: 206 páginas
Número de Estrelas: 4 estrelas
Skoob: O Natal de Poirot
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A bem da verdade, Agatha Christie é uma autora que me conquistou desde o incrível Assassinato no Expresso do Oriente. Que história incrível! Agora, para o mês do Outubro do Horror, decidi voltar a ler essa dama em mais uma obra de suspense policial que, como eu imaginei, não decai nenhum patamar na qualidade das obras desta mulher. Agatha mais uma vez me surpreendei e afirmo que não esperava tal desfecho.

 Véspera de Natal. A reunião da família Lee é arruinada pelo barulho ensurdecedor de móveis sendo destroçados, seguido de um grito agudo e sofrido. No andar de cima, o tirânico Simeon Lee está morto, numa poça de sangue, com a garganta degolada. Mas quando Hércule Poirot, que está no vilarejo para passar o Natal com um amigo, se oferece para ajudar, depara-se com uma atmosfera não de luto, mas de suspeitas mútuas. Parece que todos tinham suas próprias razões para detestar o velho...
“Quem jamais poderia imaginar que aquele velho guardasse tanto sangue dentro de si?”, o trecho a obra Macbeth que eu adorei ver representando toda a obra, já que ela, foi escrita especialmente para o cunhado da autora que gostaria de ler uma obra com um assassinato mais violento e brutal. Eis aqui tal obra. E que obra.

A forma de estruturação do texto é a mesma: o prelúdio do assassinato – mas devo admitir que nesse livro demorou mais de 50 páginas, enquanto o anterior que li, não durou nem 30. Talvez a autora tenha demorado tanto para apresentar a morte para criarmos uma afinidade com os fatos que serão relembrados algumas vezes mais para frente e também para explorar a personalidade de Simeon Lee e sua relação com seus filhos; a introdução de Poirot no caso por intermédio do seu amigo Coronel Johnson e Superintendente Sugden; as averiguações dos depoimentos; pistas aparecendo inesperadamente e por fim, a conclusão e revelação do culpado em um monólogo impecável e totalmente descritivo de Poirot. É uma boa estruturação, um tanto clichê, mas não menos gostoso de ser aproveitar.

Não estou recordando se em Assassinato no Expresso do Oriente isso ocorre, mas aqui, a autora usa de alguns diferentes pontos de vista ao longo da narrativa. Isso é bom? É ótimo, pois aprofunda mais ainda o que os suspeitos sentem pelo falecido Sr. Lee. Mas também foi um pouco incômodo (pelo menos nas três primeiras partes), pois a autora não faz uma certa separação quando vai começar um outro point of view. Parece muito uma característica de euforia na hora em que foi escrito. Ela se deixa levar pela narrativa. Ainda bem que isso ocorre poucas vezes.
“As belas espanholas têm temperamento quente, mas não consigo imaginar aquela criaturinha cortando o pescoço do velho a sangue-frio, especialmente quando sabemos que tinha todo o interesse em mantê-lo vivo...”
Gostei muito da construção das personagens femininas – Hilda, Pilar, Magdalene e Lydia. Elas são mulheres decididas, fortes e ao passo que são doces, não deixam de ser sensatas e implacáveis quando necessário. Também notei isso na construção das mulheres em O Assassinato no Expresso do Oriente, principalmente da senhora Dragomiroff. Aqui, as que mais se destacam são Lydia e Pilar e ao ler o detalhamento que o Coronel Johnson faz delas, você realmente atenta-se para tal ao longo das atitudes delas ao longo do livro.

Creio que o assassino foi inesperado para mim. Digo, logo de início eu suspeitei, mas depois fui mudando de opinião e depois já não sabia mais em quem confiar. É incrível essa metodologia, como a autora consegue te jogar de um para o outro, fazendo com que você acredite em todos, depois em nenhum e deixar que a grande interrogação paire sobre nossas cabeças. Realmente me pergunto como Agatha conseguiu criar mais uma obra tão incrível. E que venha um próximo livro dela para ler.

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