3 de setembro de 2014

Cinema #12: Lucy


Título Original: Lucy 
Ano: 2014 | Duração: 89 minutos 
Direção: Luc Besson 
Produção: Marc Shmuger, Virginie Silla 
Elenco: Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Min-sik Choi, Amr Waked, Pilou Asbæk 
Nota: 4,5 
Sinopse: Quando a inocente jovem Lucy aceita transportar drogas dentro do seu estômago, ela não conhece muito bem os riscos que corre. Por acaso, ela acaba absorvendo as drogas, e um efeito inesperado acontece: Lucy ganha poderes sobre-humanos, incluindo a telecinesia, a ausência de dor e a capacidade de adquirir conhecimento instantaneamente.

O cérebro humano é uma incógnita e se mantém assim desde que os primeiros pensamentos sobre a humanidade começaram a ser feitos, logo na Grécia antiga. A mente humana (ou a chamada psiqué) é complexa demais e é quase impossível decifrá-la em uma única vida. Há quem diga que usamos apenas 10% de toda a nossa capacidade mental; há quem diga que isso é mentira, já que o cérebro é dividido em zonas e cada uma delas atua com potência máxima em determinadas situações. Mas partindo do caso do primeiro pressuposto (a dos 10%), o que aconteceria se existisse no mundo, pelo menos uma única pessoa que conseguisse atingir 100% de toda a sua capacidade mental? Fizemos o que fizemos com apenas 10%, o que não poderíamos fazer com toda a capacidade mental, a mente expandida? Esse é o pressuposto de Lucy. O que acontece nos 100%? 
Lucy é um filme inteligente, insano e inebriante. O roteiro do filme é quase que todo baseado em várias teorias e hipóteses com que somos bombardeados ao longo da nossa carreira de estudo. A Teoria da Evolução de Charles Darwin é o embasamento principal, afinal, quanto mais evoluído um ser é, mas capacidades – físicas e mentais – ele tem, vide o próprio ser humano em comparação a uma simples esponja do mar. Não podemos deixar de falar sobre a tal da Teoria da Relatividade de Einstein que diz que quando maior o movimento, menos o tempo passa para um corpo. A Teoria do Big-Bang e hipóteses de que uma pessoa nunca morre de verdade, também recheiam a ficção do filme. 

Para dar vida a tudo isso, à teses, hipóteses e teorias, entra a equipe de fotografia, efeitos especiais, sonoplastia, produção e direção. Iniciemos o assunto com a equipe de fotografia e efeitos especiais, que trabalharam tão harmoniosamente. Como o filme Ninfomaníaca (2014), de Lars Von Trier, Lucy conta com vários vídeos explicativos. Enquanto a personagem explica determinados conceitos, vídeos ilustram tais pensamentos. Há uma cena em que Morgan Freeman nos fala sobre o pensamento Darwinista e o modo como as células tendem a reproduzirem-se e para exemplificar isso, cenas de animais acasalando. 
Os Efeitos Especiais não ficam para trás. Quando o saco no estômago de Lucy se abre liberando a droga no seu sistema, temos uma visão de como o pó vai mudando as células do corpo dela, mutando as originais; algumas cenas que focam a pupila e a íris dos olhos dela mudando e a forma como seu corpo vai se destruindo para autopreservação e claro, as várias cenas de ação. No final quando nos é mostrada a Teoria do Big Bang... são cenas belíssimas do espaço e claro, não podemos deixar de mencionar a inserção da primeira Lucy do mundo. A fotografia é altamente minimalista e frenética. Em conjunto temos a sonoplastia que tende a nos tornar ansiosos para a próxima cena e a próxima e a próxima... Até o fim das cenas de insanidade. 

Luc Besson é conhecido por criar personagens femininas com bastante presença e carisma. Em seu currículo temos Nikita (Maggie Q), Maria Alvarez (Penélope Cruz) e Sara Sandoval (Salma Hayek), Leeloo (Milla Jovovich). Mulheres imponentes, decididas, mas não deixando para trás o seu lado feminino frágil. Lucy, o diretor, roteirista e produtor conseguiu mais uma vez essa façanha, nos mostrando uma jovem tímida e bastante carismática se transformando em uma bad-ass fodona e carismática. Scarlett atuou tão bem nesse filme que é quase como se o papel tivesse feito especialmente para ela. Em contrapartida, Morgan Freeman aparece apenas para nos dar várias aulas, quase a mesma coisa que fez em Transcendence (2014); a participação deste foi quase ínfima.

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