9 de setembro de 2014

Preacher #1 - #7 [Arco: Gone to Texas] - Garth Ennis (& Steve Dillon)

Capa da primeira edição de Preacher
Autor: Garth Ennis
Arte: Steve Dillon
Editora: Vertigo
Ano: 1995
Edições: #1 ~ #7
Número de Páginas: 192 páginas
Número de Estrelas: 4 estrelas

Preacher é, de fato, uma série que está me conquistando a cada edição. Com uma temática um tanto polêmica e com personagens fortes, a série ganhou o mundo na década de 90 e ainda hoje repercute dentro da cultura pop. Garth Ennis e Steve Dillon criaram uma série mais que incrível, com uma arte primorosa e uma história que não fica para trás.

Depois de ser possuído por uma entidade divina chamada Gênesis, o reverendo Jesse Custer segue um caminho perigoso com sua ex-namorada Tulipa e o desconhecido Cassidy. Sendo perseguidos por um matador, o Santo dos Assassinos, e trilhando a estrada para o encontro de Deus.

Capa da terceira edição de Preacher
Capa da segunda edição de Preacher
Em A Hora do Pastor, nos é apresentado (quase) tudo de importante que precisamos saber, até agora, sobre a história. Logo nas 3 primeiras páginas temos os protagonistas conversando num dinner contando a premissa do arco inicial e nos mostrando os fatos que ocorreram que os levaram até aquele lugar. É nos dito como eles chegaram ali e como Jesse foi possuído pelo Gênesis. Mas uma das coisas mais importantes não é revelada: por que Jesse foi possuído pelo Gênesis?

Nessa primeira edição – de 42 páginas – é ditado o ritmo que a série seguirá. Numa nota introdutória da DC, o editor diz que preferiu manter os palavrões para ter uma maior fidelidade ao texto original e dar uma verossimilhança e credibilidade aos personagens. Além disso, nos é mostrado que a série não será bobinha em nenhum sentido, mas contará sim com tons melancólicos em certos momentos da apresentação de alguns personagens.

Quem é o Santo dos Assassinos? Qual a sua história além de que ele é do século 19 e é “contratado” dos adeph para matar o Gênesis? E quanto ao próprio Gênesis: como ele foi parar numa prisão no céu? Quais suas origens? Por que ele anseia tanto por uma alma e por que escolher logo Jesse Custer? E como fica Deus nisso tudo? Onde ele está? Como foi a fuga de Gênesis? São várias as perguntas que apenas a primeira edição nos faz.

O traço que Steve Dillon usa na série não poderiam ser melhores. Lembra até, um pouco, de Sandman e Hellblazer. É uma coisa bastante sinistra, vide apenas a cena em que o Gênesis entra no corpo de Jesse e dizima toda a capelinha de Annville. Steve brinca com a paleta de cores e cria uma atmosfera lúgubre e o modo como ele desenha cada quadro impecavelmente apenas ressalta um dos motivos por Preacher ter feito tanto sucesso, além da história. Outra coisa que gosto na arte, é o modo como as expressões dos personagens são bem reais.

E o Inferno o Seguiu vai apresentar os primeiros embates do Santo dos Assassinos. Um contra a polícia e o xerife Root, o segundo contra o próprio Jesse Custer. Mostra também do que ele é capaz e que ele não está para brincadeiras. Ele tem uma missão e irá cumpri-la independente da quantidade crescente de corpos. Ocorre aqui a introdução do meu personagem favorito (até então, pe
lo menos): o filho de Hugo Root – que futuramente será conhecido como Assface. Ennis escreveu um drama familiar bem feito e rápido, que, em poucos quadros, você já consegue ter uma conexão com o garoto.
“O Paraíso está fodido.”
Capa da quinta edição de Preacher
Capa da quarta edição de Preacher
Capa da sexta edição de Preacher
Essa frase representa bem a terceira edição da série, E o Cavalo que Você Cavalgou. Em uma cena duma conversa entre os adeph remanescentes – daqueles três que foram apresentados logo no início da primeira edição -, há uma indício de uma futura guerra civil no céu. É nessa edição que a ligação entre Custer e Gênesis parece se intensificar e a história desse divino começa a ser revelada, o que preocupa muito os anjos.

Em Mantendo-se Firme, acontece o ápice do drama entre Hugo e o filho e adivinhem de quem é a culpa. Agora eu entendo porque Jesse não é muito amado por quem leu Preacher... Ou pelo menos estou começando a entender.

Em Uma Oração para Sete Balas, Garth Ennis não mostra nenhuma história muito interessante. Ele vai nos apresentar um seguimento alternativo ao que tinha culminado no final do quarta edição: eles darem início a busca por Deus. O problema desse seguimento alternativo é que não acrescenta quase nada à história. Ele nos dá duas pontas que precisam ser amarradas – o tal do Carniceiro Esperto (com certeza ele não iria apresentar um mistério para não solucioná-lo) e se Paulie Bridges tem alguma coisa a ver com essa série de assassinatos. De início, essas são as duas questões que precisam de solução.

Garth, aparentemente, tem um apreço por criar personagens melancólicos. Já meteu o bedelho em Hellblazer, Justiceiro, Hitman, etc, e em Preacher ele criou o Assface – o sinônimo de melancolia – e apresentou sua curta relação paterna. Em Naked City, ele vai nos apresentar mais melancolia com a relação detetive/parceiro entre John Tool e Paulie Bridges. Além disso, na última edição, eu realmente me emocionei muito com o drama introspectivo de Paulie.

E é aqui que eu me pergunto “Onde diabos estão meus dois personagens favoritos? Assface e o Santo dos Assassinos.” Eu tinha a impressão de que a resposta tinha sido dada aqui, mas estava enganado. O final da 5ª edição foi uma boa interrogação, para não falar que ela [a edição], em si, foi bem chata.

Em Os Melhores de Nova Iorque, as coisas dão um passo. Para frente ou para trás, isso eu não sei afirmar. Porem, mais fios foram soltos aqui e o autor vai nos jogando para lá e para cá no que nos foi apresentado na edição anterior. Mais atitudes suspeitas de Si e Paulie afetam a vida do detetive Tool, de Cassidy, Tulipa e Jesse. Meus instintos não falham e isso pode ser refletivo bem na última página da edição.

Lê-se alguns diálogos um tanto chatos sobre a relação de amizade entre Si e Cassidy e algumas cenas entre Tulipa e Jesse. Sinceramente, esse chove-não-molha está ficando insuportável. Nova Iorque Contra o Crime é o desfecho merecido do arco. É um fim previsível, mas mesmo assim
Capa da sétima edição de Preacher
não deixa de ser bom. As pontas foram amarradas e voltamos para a estaca zero: nada de Deus, nada de Assface e nada do Santo. Pelo menos a relação entre Cass e Custer está se aprofundando.

Jesse se mostra um pouco mais regrado em relação ao uso do seu dom – ele até fala que não irá usá-lo para levar Tulipa para a cama. Além disso, as intenções dele com a procura por Deus se parecem legítimas e até mesmo honestas. Cassidy pede a ajuda de um amigo investigador paranormal e repórter freelancer, Si. Logo de início eu fiquei com um pé atrás quanto a introdução desse personagem na história. E se ele conseguir encontrar Deus e tiver intenções próprias? Será que pô-lo no enredo ajuda ou atrapalha o desenrolar? Enquanto isso, a relação entre Tulipa e Jesse ainda é uma incógnita que vai sendo respondida aos poucos.

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