2 de julho de 2014

Revista Trasgo, Edição #2 - Vários Autores

Autores: Vários Autores (todos eles estão taggeados)
Editor: Rodrigo Van Kampen
Ano: 2014
Número de Páginas: 74 páginas
Número de Estrelas: 3 estrelas
Leia: Trasgo

 Por incrível que pareça, eu consegui demorar três dias para ler essa revista curtinha. Só estava conseguindo ler à noite, e minha vista começava a cansar e o sono batia... etc. Logo no editorial a revista conseguiu me ganhar com uma saudação de Doctor Who, uma de minhas séries de tevê favoritas. Essa edição da revista tem os contos mais curtinhos, mas bem interessantes. É muito bom ver a literatura brasileira crescer com esses níveis de criatividade.

Como na outra edição, irei comentar conto por conto. Nessa edição vamos encontrar uma natureza mais científica, salvo dois contos sobre fantasia. A natureza desses contos são bem profundas e, com certeza, vai haver elementos que você quererá saber mais.

Em Rosas (Ana Lúcia Merege), vamos acompanhar a rotina de Mildred e seu marido, um professor, que tentam há um tempo ter um filho. Eu gostei dessa história, achei bem interessante e me lembra muito o roteiro de algum filme. A escritora é bem direta, não se distraindo tentando aprofundar as personalidades dos personagens, apesar de ela usar algumas lembranças para explicar as atitudes deles. Apesar da protagonista, Mildred, se mostrar bem soturna, isso ajudou a caracterizá-la chegando a um desfecho bem inusitado e bizarro. A entrevista com a Ana ajuda bastante para entender as entrelinhas da história e ver como ela brincou tão bem com a rotina dos personagens.

Cinco Bilhões (Victor Oliveira de Faria) vai contar a saga de Keyra para salvar o Sol Vermelho e toda a sua sociedade da destruição. Uma história de Ficção Científica merecedora de uma adaptação, pelo menos em animação. O que achei mais interessante foi o modo como o autor dividiu a Terra futurística em castas bem específicas, a teoria evolutiva também foi bem interessante, além, claro, da reviravolta no final.

Hamlet: Weird Pop (Jim Anotsu) é uma peça que Viola está produzindo, mas recebe um aviso do próprio Shakespeare de que a peça não deve continuar. Ele é um conto um tanto engraçadinho. Fraco, satírico, curto, mas engraçadinho. Não tem lá uma conclusão impressionante, mas é engraçadinho. E eu tenho que concordar com Shakespeare: essa peça não deveria acontecer NUNCA!

Código Fonte (George Amaral) vai nos mostrar um novo nível de transferência, além de nos mostrar que uma ideia pode se ramificar para várias outras. De fato, achei o conto bem interessante, elaborado. O autor fez bonito em explicar biologicamente o que os cientistas estavam fazendo e se pensar bem, ele alterou a verdade de uma maneira grande, mas crível. Na entrevista, o autor explica o cuidado que teve em criar essa narrativa, sendo que até os nomes dos personagens significam alguma coisa importante.

A Maldição das Borboletas Negras (Albarus Andreos) vai nos mostrar um lado diferente das história de terror: o lado do antagonista, o que é uma abordagem inusitada e bem interessante de se ver. É um conto bem regionalista e com toques poéticos e humorísticos. A descrição da cena em que a criatura mata dois homens na mata é muito engraçada.

E por fim temos O Homem Atômico (Cristina Lasaitis) que conta uma história baseada em fatos reais, mas de uma maneira tão carismática e divertida que você gostaria que ela continuasse contando mais e mais sobre aqueles fatos. O que mais me chamou a atenção aqui foi o fato de ela fazer comparações cotidianas com elementos da Física e/ou Química.

E então temos a capa belíssima dessa edição, feita por Alex Leão, artista profissional responsável pelo primeiro DVD da Galinha Pintadinha. A revista mostra alguns desenhos do Alex, mas quando você acessa o blog dele, fica fica inebriado por tanta beleza. As locomotivas que ele pintou são PER-FEI-TAS!

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