23 de junho de 2014

Os Heróis do Olimpo #2: O Filho de Netuno - Rick Riordan

Autor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Gênero: Fantasia, YA
Número de Páginas: 426 páginas
Número de Estrelas: 5 estrelas
Skoob: O Filho de Netuno
Comprar: Submarino | Extra

Vai ser um pouco difícil para mim ao resenhar as partes dessa séries, já que eu ainda não falei do primeiro, e ainda vou ler os outros, resenhá-los e ao final de tudo, fazer um apanhado geral da série, ou seja, muitas informações vão se repetir e de antemão já peço desculpas. Eu li O Herói Perdido ano passado e eu prometi a mim mesmo que só leria o resto dessa série em Setembro, assim, seria eu terminando de ler os já lançados e comprando o último, O Sangue do Olimpo. Mas eu não consegui me aguentar!
A vida de Percy Jackson é assim mesmo: uma grande bagunça de deuses e monstros que, na maioria das vezes, acaba em problemas. Filho de Poseidon, o deus do mar, um belo dia Percy desperta sem memória e acaba em um acampamento de heróis que não reconhece. Agarrado à lembrança de uma garota, só tem uma certeza: os dias de jornadas e batalhas não terminaram. Percy e seus novos colegas semideuses vão enfrentar os misteriosos desígnios da Profecia dos Sete. Se falharem, as consequências, é claro, serão desastrosas.
Rick Riordan provavelmente quis dobrar toda a ação de Percy Jackson e Os Olimpianos nessa série, pois logo na primeira página (literalmente) temos Percy Jackson fugindo de duas Górgonas. Para quem já leu o primeiro livro, sabe que Percy não aparece nele, só a partir desse segundo. Percy está mais maduro, mais seguro de si, mais engraçado até, e uma coisa que eu gostei de ver nos três primeiros capítulos foi que a chegada dele no Acampamento Júpiter é quase a mesma coisa da chegada nele no Acampamento Meio Sangue. Perseguição de monstros e protegendo um ente, só que nesse caso, algumas coisas vão mudar. Quando ele chega no Acampamento, que ele se depara com aquele mundo novo, é quase como estar revivendo a chegada no Acampamento Meio Sangue.
Como acontecia sempre que via Frank, o coração de Hazel fazia um pequeno número de sapateado, e isso a irritava de verdade. Claro, ele era um bom amigo, uma das poucas pessoas no acampamento que não a tratavam como se ela tivesse uma doença contagiosa. Mas Hazel não gostava dele daquela maneira.
É estranho quando eu fui perceber a idade de Hazel, pois ela sofre de um jeito tão mais maduro. Além da pressão do seu passado, do seu presente e do seu inevitável futuro, ela ainda tem que lidar com os sentimentos dúbios que vêm à tona ao ver Frank. Todos os protagonistas já estão na puberdade e agora eles começam a lidar com seus sentimentos (amizade, lealdade, etc, só que eu uma maneira mais forte), sendo o mais explorado nessa saga, o amor.

Tendo como gancho o que falei acima sobre Hazel e ela tendo que lidar com seu passado, o autor começou a criar histórias mais profundas, pesadas e interligando cada personagem no passado. O passado de cada protagonista se torna uma incógnita, já que Rick não o revela de uma vez, apesar de terem alguns capítulos que são flashbacks. Cada ato, cada pensamento, cada frase deve ser levada em consideração na hora de tentar entender quem são Hazel Levesque, Frank Zhang e até mesmo Percy Jackson.
— (...) Assim, se eu puder me ausentar rapidamente para buscar uns setenta bichos de pelúcia e talvez uma faca...
— Você é o áugure? — interrompeu o deus.
— S-sim, meu senhor.
Marte puxou um rolo de pergaminho do cinto.
— Alguém aí tem uma caneta?
(...)
— Duzentos romanos e ninguém tem uma caneta? Deixem para lá.
É fato que não pode faltar às obras de Riordan o seu toque de humor, além do sarcasmo presente na construção de quase todos os personagens. Será esse um dos fatores que nos faz sentir uma empatia tão grande por cada um?

Tem uma cena em particular que eu achei incrivelmente e importantíssima nessa livro, não somente para o desenrolar da história, mas por ser um livro voltado para o público adolescente. É uma conversa entre a deusa Ísis e Frank, em que a deusa fala que Frank deve parar de fazer as coisas porque os outros querem que ele faça e começar a fazer as coisas porque ele quer fazer. Aí a deusa vai falar que antigamente ela fazia tudo que os deuses mandavam e acaba esquecendo de fazer o que ela queria e gostava. Se você parar para pensar, isso é importante, pois alguns jovens fazem escolhas pelos outros, como faculdades, qual roupa comprar para ir para a festa, por quem eu devo me apaixonar, et cétera. Alguns jovens acabam vivendo pelos outros e não vivem para si. Eu falo jovens, mas isso serve para os adultos também, ok?

E agora eu falo do RPG que o autor criou nesse livro. RPG porque ele é dividido em missão principal e missões secundárias. E, em comparação ao primeiro, esse livro tem muita missão secundária. Mas acaba que em cada uma delas, mais coisas são reveladas sobre os personagens e sobre a missão principal mesmo - ir ao Alasca e derrotar o gigante Alcioneu e libertar Tânatos. É numa dessas missões secundárias que Percy acaba recuperando sua memória.
Percy tentou desesperadamente se concentrar. De onde tinham vindo aqueles pensamentos? Arquitetura, livros... Annabeth o levara a uma biblioteca certa vez, em sua terra, em... em... A lembrança desapareceu.
É gostoso, pois, quando Percy começa a ter sua memória de volta, você também vai fazendo um exercício mental e se lembrando dos acontecimentos da série anterior. Para mim isso ajudou bastante porque eu não lembrava mais de quase nada. Tenho um projeto para reler a série, mas até agora não o botei para frente.

E para finalizar, quero falar sobre a evolução dos personagens. Começando do maior para o menor. A evolução de Frank é incrível. Ele deixa de ser um completo bobão probatio para se tornar um dos Sete, para se tornar o poderoso Frank Zhang. Descobrindo seu incrível dom familiar, criando força de vontade, coragem e se descobrindo, Frank se torna confiante e deixa aquelas inseguranças iniciais de lado. Creio que a evolução de Percy se deu nos detalhe, quando ele começa a recuperar a memória e fica na indecisão de voltar ao Acampamento Meio Sangue ou chamar Annabeth para viver no Acampamento Júpiter. Mesmo sem memória, ele continua o mesmo. Heroico, sarcástico, bravo, cara-de-pau, esperto, etc. E por último, Hazel. Me desculpem, mas não consegui notar nenhuma evolução na personagem. Ela mantém a mesma personalidade do começo ao fim, sempre indecisa, inteligente e ótima na guerra.

Eu não tenho planos para começar a ler A Marca de Atena de imediato, apesar de o final desse livro ter sido uma completa covardia. Eu to com muita coisa para ler para vocês e nesse momento a minha prioridade é A Fúria dos Reis.

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