28 de maio de 2015

Cinema #21: Centopeia Humana III - Sequência Final

Título Original: The Human Centipede III: Final Sequence
Ano: 2015 | Duração: 102 minutos
Direção: Tom Six
Elenco: Dieter Laser, Laurence R. Harvey, Tom Six, Robert LaSardo
Nota: 2
Sinopse: O carcereiro Bill Boss precisa lidar com problemas como rebeliões, rotatividade profissional e a falta de reconhecimento do governador em sua atividade de liderar um grande presídio americano. Vendo que Boss não tem nenhuma perspectiva de resolver esses problemas, Dwight, seu braço-direito, surge com uma ideia capaz de revolucionar o sistema penitenciário americano: a criação de uma centopeia humana de 500 pessoas.


Quem está pronto para falar de uma trilogia incrível com um desfecho podre? Pois bem, para não perder posts falando de cada filme separado, vou dar um resumão dos dois primeiros filmes aqui para, só então, comentar sobre a Sequência Final. A história do primeiro filme da trilogia é simples: um cirurgião que tem como propósito criar uma centopeia feita de pessoas (ligando a boca de uma pessoa ao ânus da outra, criando um único sistema digestivo; cortando os ligamentos dos joelhos para que eles fiquem o tempo todo engatinhando e não possam andar). Ao longo do primeiro filme, iremos acompanhar todo o processo cuidadoso do médico – interpretado por Dieter Laser – com sua obra-prima: escolhendo as pessoas, fazendo as cirurgias em cada uma delas e, por fim, ensinando a centopeia a viver. O filme tem um final bastante angustiante e foi lançado em 2009. Dois anos depois veio a sua sequência.

No segundo – meu preferido -, temos a história de um segurança de estacionamento – interpretado por Laurence R. Harvey – que assiste ao DVD do primeiro Centopeia Humana e fica obcecado por aquilo. Mesmo o homem não tendo conhecimentos cirúrgicos suficientes para criar uma centopeia humana tão boa quanto a do doutor do filme, ele decide fazê-la. O filme é tão impactante, perturbador e repulsivo, que é completamente em preto e branco (o único da franquia assim). Enquanto no primeiro filme, o doutor usa apenas 3 pessoas para criar sua centopeia, aqui, no segundo, o homem usa de 15 pessoas para criar se experimento – sendo uma dela uma grávida. Unindo boca e ânus com grampeadores, cortando os joelhos porcamente e ainda tendo a ousadia de chamar uma atriz do primeiro filme para inseri-la em sua centopeia. O filme foi lançado em 2011 e até então não tinha ideia se um terceiro filme seria feito. Quatro anos depois foi lançado o terceiro e último filme da série.
A história do terceiro filme é um tanto mais densa que a dos outros anteriores. Talvez densa não seja a palavra certa, mas é quase isso. O diretor dessa penitenciária, Bill Boss (Dieter Laser) está tendo vários problemas no controle da instituição: guardas estão sendo atacados, os presos são extremamente perigosos e insubordinados; além de ter que lidar com sua própria saúde (problemas no coração, alucinações, alcoolismo), a idade. Quando é ameaçado pelo governador dos EUA (Eric Roberts), ele não vê opção além de ceder á ideia de sua assistente, Dwight (Laurence R. Harvey), e criar a maldita centopeia. A ideia de Dwight vem depois de ele ter assistido aos DVDs dos dois primeiros filmes da série. Há um momento em que Bill Boss brinca com o assistente dizendo que se ele cortasse o bigode, ficaria parecido com o segurança de estacionamento do segundo filme.

Em entrevista ao ao site DreadCentral, Tom Six (diretor dos filmes) disse que esse seria ainda mais perturbador: “Ele fará o II parecer um filme da Disney”. Mas o que recebemos? Uma coisa monótona e, ainda por cima, transformaram a ideia da centopeia humana em uma coisa humanitária. Os cartazes ainda brincam dizendo que o filme é "politicamente incorreto".

Vamos por partes. A ideia do filme é muito boa, sim. Quando Bill decide fazer a centopeia com seus mais de 500 prisioneiros, ele tem que lidar com diferentes tipos de situações. O que fazer com os prisioneiros que já vão ser liberados? O que fazer com os prisioneiros que estão cumprindo pena de morte ou que pegaram prisão perpétua? Além disso, há dois prisioneiros nesse meio com problemas no intestino. O que fazer com eles? E a solução é simples: não criar uma centopeia permanente, criar uma coisa de forma que os prisioneiros possam ser removidos. Bill acredita que esse método irá mudar os EUA e fazer com que as pessoas tenham medo de serem presos e passarem por tal procedimento. Faz sentido, não?

Isso é algo em que Tom Six acertou. Transformar em algo humanitário, não. A ideia da centopeia é algo desumano, que infrinja todos os Direitos Humanos, não algo que seja bom para uma classe ou outra. Mas o pior de tudo não é isso. O que não desce no enredo, é o fato de que com tantas promessas e com a iminência de ser a última parte da série e um puta de um premissa, ele demore mais da metade do filme para agir. O roteiro fica enrolando e enrolando, mostrando as mesmas coisas, até a cena em que os presos se rebelam e Bill se vê contra a parede. A impressão que eu tive foi a de que Bill não passava de um moleque mal e birrento que só sabe gritar, porque sim, não tem uma frase de seus diálogos que ele não grite... E isso causa um certo desconforto ao assistir ao filme.

Além disso, há um prisioneiro no filme que é uma espécie de arqui-inimigo de Bill. É dispensado tanto tempo em mostrar Boss batendo de frente com esse tal prisioneiro, que esses minutos poderia muito bem ser convertidos em cenas mais repugnantes da centopeia. Falando nisso, se a centopeia tiver sido mostrada por uns três minutos fechados, é muito. O filme nem é psicológico quanto o primeiro, nem é gore quanto o segundo, é apenas uma homenagem a ideia que esses filmes representam.

Ainda estou tentando entender porque enfiaram uma loira peituda como teor sexual de toda a coisa. É ridículo! O enredo do filme é horrível, mesmo tendo uma ideia boa.

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