15 de fevereiro de 2015

Presságio, O Assassinato da Freira Nua - Leonardo Barros

Autor: Leonardo Barros
Editora: Novo Século/Novos Talentos da Literatura Brasileira
Gênero: Thriller
Número de Páginas: 220 páginas
Número de Estrelas: 4 estrelas
Skoob: Presságio
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Alice tem vinte e seis anos e, desde a adolescência, é atormentada por presságios. Desacreditada por psiquiatras, ela é considerada psicótica, até que uma de suas visões a possibilita desvendar um misterioso homicídio. A polícia atribui a autoria do crime ao Bato Judas, um assassino serial de freiras, mas a descrição do suspeito não se parece m nada com o homem que ela viu em sua premonição. Agora Alice terá de correr contra o tempo para provar que não é louca e para evitar que o assassino faça uma nova vítima.

Desde que recebi o livro do Leonardo, enrolei, enrolei e enrolei ao máximo para pegar. Quando comecei a ler, admito que não estava tão conectado com a história assim, motivo pelo qual, em uma semana, li apenas 30 páginas. Mas depois eu falei para mim mesmo que não iria mais procrastinar tanto assim o livro: deitei e li. Li, li e quase não consegui parar. Leonardo conseguiu escrever uma obra bastante divertida e intrigante.


Como acreditar numa personagem que tem todos os motivos para não demonstrar credibilidade alguma? Diagnosticada por diversos psiquiatras como paranoica delirante, afirma ter o dom da clarividência e age de maneira arriscada. Além do mais, quando ela afirma ter a visão da morte da Freira Nua, ela estava drogada. É com essa protagonista que temos que lidar ao ler Presságio. Não são poucos os momentos em que todos os outros personagens duvidam da sanidade de Alice e até a jovem mesmo titubeia.
Ela cruzou os braços. O tremor nas pontas dos dedos. O descompasso no peite quando disse:
— Eu tenho o dom da clarividência!
O delegado se dobrou numa gostosa gargalhada.
Alice me lembrou muito a personagem Mara Dyer, criada por Michelle Hodkin. E assim como Mara, Alice é uma personagem incrível. Forte, ousada e decidida, que não se deixa abater pelos diagnósticos dos médicos. O mais legal é que Leonardo não explica, em nenhum momento, o tal dom de Alice. Ela apenas nasceu com ele. Não temos relatos de que um parente distante da jovem também teve isso ou algo do gênero, até porque isso não é de nenhuma relevância para a história.

O suspense do livro vai se desenrolando ao longo das investigações dos assassinatos. Leonardo soube criar os personagens certos e atribuir-lhes as características certas para que, com as análises das provas, o leitor duvide de cada um deles. Além disso, ele soube dar boas motivações a quem ele atribui dúvida. É, ao meu ver, o qualifica um autor de thrillers como um bom autor: saber brincar com as pistas e jogar o leitor contra todos, só para dar uma rasteira no final.

Todas as pontas são amarradas e Leonardo conseguiu criar uma atmosfera onírica – com as visões de Alice - muito interessante e quase que inteiramente visual. Os diálogos bem característicos e verossímeis.

Caso você goste dos livros de suspense da antiga série Vagalumes (aqueles livros infanto-juvenis), você irá adorar Presságio. Adulto, divertido e com uma atmosfera bastante envolvente.

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