13 de fevereiro de 2015

Cinema #18: Cinquenta Tons de Cinza

Título Original: Fifty Shades of Grey
Ano: 2015 | Duração: 125 minutos
Direção: Sam Taylor-Johnson
Elenco: Dakota Johnson, Jamie Dornan, Eloise Mumford, Marcia Gay Harden, Victor Rasuk, Jennifer Ehle
Nota: 4
Sinopse: Anastasia Steele é uma estudante de literatura de 21 anos, recatada e virgem. Um dia ela deve entrevistar para o jornal da faculdade o poderoso magnata Christian Grey. Nasce uma complexa relação entre ambos: com a descoberta amorosa e sexual, Anastasia conhece os prazeres do sadomasoquismo, tornando-se o objeto de submissão do sádico Grey.



O ideal do homem perfeito ainda é muito explorado nos livros. Um homem poderoso, bonito, gostoso e que se torna o sonho de qualquer mulher. Com um simples “Bom dia!”, as damas do recinto suspiram. Aliem isso a uma trama erótica e bastante baseada no sucesso mundial de vendas, Crepúsculo, e teremos Cinquenta Tons de Cinza. Um romance erótico que causou polêmica e dividiu opiniões desde a época do seu lançamento em livro. Muitos detestam e recriminam quem gosta, mas a obra tem os seus fãs. Falo a vocês como um intermediário. O filme que estreou ontem (12) para comemorar o Dia dos Namorados, nos Estados Unidos, é uma boa pedida para quem está procurando romance, drama, boa música, sensualidade e risadas.

Depois da divulgação em massa dessa adaptação (e digo 'em massa', pois não lembro nenhuma outra ter sido tão promovida quanto essa, causando tanto alvoroço quando esta e terem lançados tantos trailers e sneak peeks quanto essa), o burburinho despertou a curiosidade até de quem não tinha tanto interesse. Mas claro, há aqueles que já impregnaram na cabeça de que a história é um lixo, uma pouca vergonha barata, uma perda de tempo e um romancezinho meia-boca para as mulherzinhas mal-amadas e frustradas sexualmente. Sim, há quem ache isso! De que adianta você pagar caro por um ingresso – mesmo que seja para levar a namorada para assistir e lhe fazer companhia – e já ter em mente que o filme não presta e que você não vai gostar?


Dirigido por Sam Taylor-Johnson (Nowhere Boy), a história criada por E.L. James foi docemente adaptada e muito bem representada pelos protagonistas. Para quem leu o livro sabe que a primeira parte da trilogia é abarrotada de sexo, insegurança e o romance é quase deixado de lado. Já no filme, há uma leve inversão. O foco é o desenvolvimento do romance com pinceladas de erotismo, mas com bastante, bastante sensualidade. É o famoso “sexy sem ser vulgar”, mas que quando comprado, agrada aos olhos e não cansa tanto quanto nas quase 500 páginas do livro. Os trailers que focavam no erótico do filme vendem uma coisa diferente do produto. Enganam, até. As cenas são quentes, mas não chegam a pegar fogo.

O romance, de início é bem aproveitado, apesar de ser uma história que não convence e não é lá grande coisa. Algumas cenas do livro foram cortadas e, apesar do que li por aí, as cenas não foram jogadas, mas bem exploradas, cada uma passando uma mensagem. Esse primeiro filme serve mais como apresentação dos personagens.


Toda a insegurança e complexo de inferioridade de Anastasia (Dakota Johnson) são mostrados apenas no começo do filme, deixando a personagem até mais confiante, forte e petulante no decorrer da narrativa, mas nunca deixando de lado a fragilidade da moça. Christian Grey (Jamie Dornan) quase se mantém o mesmo do começo ao fim. Quase. Apesar de estar sempre ostentando ser um homem rude, imponente e controlador (de si e dos outros), essa máscara vai se quebrando ao longo das transas e das “primeiras vezes” com Anastasia, culminando no desfecho onde ele quase se transforma em um cachorrinho domesticado e desobediente.

Taylor-Johnson soube adaptar uma história muito bem, apesar dos conflitos criativos com a autora, e já podemos aguardar as outras duas sequências – Cinquenta Tons Mais Escuros e Cinquenta Tons de Liberdade. Só espero que o último não seja ridiculamente dividido.


O roteiro criado para essa obra dá uma atenção muito boa na pele, nos movimentos das mãos dos personagens, nas suas bocas e principalmente nos rostos. O tato que é um dos órgãos sensoriais mais bem aproveitados nessa obra. As cenas sensuais são bem estimulantes, que causam um leve frissom. São algumas as cenas de 1 ou 2 segundos que mostram apenas as mãos e bocas dos personagens, onde o implícito é muito importante. O espectador tem a liberdade de imaginar muita coisa.

A trilha sonora é um gozo para a alma. Músicas intensas e bastante sensuais (vide Crazy in Love, Haunted, I Put a Spell On You e Earned It) são bem encaixadas nas cenas e ajudam muita na hora das sensações.

Arrisco em dizer que o filme é melhor que o livro. Claro, essa é a opinião de alguém que detestou o primeiro livro. Toda aquela polêmica idiota de que o filme é um pornô que a massa compra cai por terra aqui, além de transformar uma história cansativa em algo agradável.

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