5 de dezembro de 2014

Fables #1 - #5 [Arco: Lendas no Exílio] - Bill Wilingham (& Lan Medina)

Capa da primeira edição da série
Autor: Bill Willingham
Arte: Lan Medina
Editora: Vertigo
Ano: 2002
Edições: #1 ~ #5
Número de Páginas: 115 páginas
Número de Estrelas: 3 estrelas

Desde que li a primeira edição, pela primeira vez, me fascinei pelo universo de Fábulas (Fables). É muito parecido com uma série que assisto - Once Upon a Time -, mas com um toque mais adulto, diga-se de passagem. Uma arte impressionante, um roteiro igualmente fascinante e uma mescla de todos os personagens de histórias que conhecemos e adoramos, Fables choca, diverte e faz você pedir mais.

Deixe de lado tudo o que você acha que sabe sobre os famosos personagens dos contos de fadas infantis que sua mãe contava para você antes de dormir, sua avó, seu pai, ou seja-lá-quem-contasse. Tudo mudou. Eles não habitam mais seus respectivos reinos no mundo das fábulas. Eles, hoje, estão no mundo real, em Nova York, e vivem vidas ordinárias como qualquer um de nós.
Capa da segunda edição da série
Na primeira edição, Contos Antigos Revisitados, Bill Willingham nos apresenta a nova realidade das fábulas. Agora, vivendo no nosso mundo – o mundo dos mundanos -, as fadas passam
por problemas como todos nós: crises no casamento, infidelidade, problemas financeiros e até mesmo lidar com o assassinato da irmã de Branca de Neve, Vermelha Rosa. Quando João (aquele do pé de feijão) chega, desesperado, no escritório do Lobo Mau, avisando que Vermelha desapareceu e que seu apartamento está inundado de sangue, as investigações e a tensão começam.
“Não seja tão dramático. Eu já sei que meu ex está de volta na cidade.”
Branca de Neve
Capa da terceira edição da série
Pois bem, todos os contos se adaptaram a esse novo mundo, depois que uma maldição os trouxe para cá (isso não lembra uma série de tevê que tem a mesma premissa?). Branca de Neve acaba se tornando a prefeita do mundo das fábulas e é sua responsabilidade deixar tudo isso em ordem.

Os Suspeitos (In)comuns, segunda edição do primeiro arco, vai começar o início em si das investigações do desaparecimento – e possível morte – de Vermelha Rosa. Lobo (Bigby) e Branca seguem para entrevistar dos dois principais suspeitos: João – namorado de Rosa – e o pirata Barba-Azul – amante de Rosa. Nessa edição, um detalhe relevante para a história das fábulas é revelado: a Anistia, que seria uma espécie de julgamento que absolveu todos os delitos cometidos pelos personagens antes da Maldição do Adversário ter sido lançada.

Além disso, nos é informado que o Príncipe Encantado – marido de Branca – não foi só marido dela. Se vocês lembram bem, todas as princesas tiveram seus príncipes, o que aqui, no caso, é o mesmo homem. Bem interessante isso! (+1 ponto para o roteiro) Temos também a introdução de um evento muito importante para os exilados: o Dia da Lembrança; uma espécie de Natal, onde cada personagem celebra, numa grande festa, os tempos de outrora e o dia em que a maldição foi la
Capa da quarta edição da série
nçada.
Onde os garotos fazem uma grande bagunça, mais sangue é derramado e uma determinação é feita sobre uma fábula desaparecida.
Parecendo uma paródia de um episódio de CSI, Contos de Sangue, terceira edição do arco Lendas no Exílio, vai mostrar muito mais das investigações sobre o desaparecimento da irmã caçula de Branca. Bigby orienta Papa-Moscas e o Menino Azul a recriam a cena do crime. Com as mesmas manchas de sangue e todos os detalhes da destruição. Com a aproximação do Dia da Lembrança, o Rei Cole informa a Branca que ela não deveria ter agido de maneira rude com o maior doador do evento: Barba-Azul. Lobo, em uma conversa com Branca, diz que só faltam alguns detalhes da investigação a serem solucionados e que ele revelará tudo no dia do Baile, mas no final da edição, temos uma reviravolta (ou algo já esperado).
“Se isso fosse um trabalho de ficção, o autor iria pausar a história aqui para perguntar aos leitores se eles conseguiram juntar as pistas.”
Lobo Mau (Bigby)
Capa da quinta edição da série
Enfim, o bendito (ou melhor dizer maldito?) Dia da Lembrança chegou, na quarta edição, e com ele muitas revelações e mais mistério. Bigby, como havia prometido, começa a revelar todo o mistério a respeito da morte de Vermelha Rosa logo após o resultado da loteria, no baile do Dia da Lembrança. O momento não é o mais inoportuno: o Lobo, nadando na piscina do Rei Cole; João acaba de ser coroado príncipe; é um dia de festividades, alegria e esperança. Uma edição que acaba num ótimo cliffhanger, deixando para o final do arco, o que esperamos para os capítulos finais num livro policial: toda a explicação do crime.

Nessa edição, vale lembrar, temos uma boa visão do que aconteceu para as fábulas virem parar no nosso mundo. Como eles viviam antes, como era a distribuição dos reinos, a vida das fábulas, a ascensão do Adversário e... para por aí. Não é muito, mas já é algo. Algo que, provavelmente, vai ser mais destrinchado futuramente.

A Famosa Hora da Cena da Revelação poderia ser melhor do que eu imaginei. Não que tenha sido ruim. Au Contraire! A solução do mistério foi boa, estava de acordo com o que foi apresentado até então e a reviravolta foi boa. As consequências foram boas também, achei justas, mas sabe aquela sensação de está faltando algo? Então, é isso. Talvez um pouco mais de emoção. Não sei. Além disso, se tem uma coisa que aprendi com essas séries que envolvem mistérios, foi suspeitar de tudo. Tem uma coisinha que estou desconfiando, mas vamos ver se é o que estou pensando ou não.

Há também o início de um flerte entre Branca e Bigby que, com toda certeza, será desenvolvido nas próximas edições.

A arte de Lan Medina é impecável e quase como se você olhasse para os personagens desenhados e visse as fisionomias de atores. Não há nada de exagerado e as cores deram um toque muito natural e verossímil, o que ajudou bastante na empatia com os quadros. As expressões destes são bem representadas e o artista deu muita atenção aos detalhes dos espaços onde a história acontece. É fato e notável que Lan deu um toque bem sensual a certos personagens: aumentando os seios as mulheres, definindo os corpos dos homens, deixando todos muito atraentes em diferentes maneiras.

Apesar da Vertigo ser um selo adulto da DC, nesse primeiro arco da série Fables, não vemos algo extrapolado como por exemplo palavrões em todos os balões de fala. Sim, eles estão lá. Vez ou outra, vemos um cuzão, mas essa demasia de xingamentos não se faz necessária, que os diálogos são bem construídos, fortificando as personalidades dos personagens. A escrita de Bill é engraçada, sarcástica e ambígua, em momentos.

Logo nas primeiras páginas da primeira edição, vemos uma premissa muito parecida com a série Once Upon a Time: tudo isso de fadas sendo lançadas no mundo real por causa de uma maldição e tendo que se adaptar a essa nova realidade, mas essa semelhança vai se acabando ao longo das páginas das edições seguintes, com a introdução de outros tipos de mistérios, a construção dos personagens, etc.

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