12 de dezembro de 2014

Bruxos e Bruxas #2: O Dom - James Patterson (& Ned Rust)

Autores: James Patterson e Ned Rust
Editora: Novo Conceito
Gênero: Fantasia, YA
Número de Páginas: 285 páginas
Número de Estrelas: 3 estrelas
Skoob: O Dom
Comprar: Submarino | Extra

Devo admitir que só peguei O Dom para ler, pelo simples fato dele ter poucos capítulos e capítulos curtos. Depois de ler Bruxos e Bruxas, primeiro livro da série, meu interesse por ele era mínimo, mas por incrível que pareça: acabei me surpreendendo um pouco com ele. Depois do visível desastre que foi o lançamento do primeiro livro, talvez a Novo Conceito tenha visto que investir em muita publicidade para esse segundo livro seria uma perda de dinheiro.

Os irmãos Allgood nunca desistem de lutar contra os poderes autoritários e desumanos d’O Único Que É O Único, mas, agora, eles estão sem Margô — a jovem e atrevida revolucionária; sem Célia — o grande amor de Whit; e sem seus pais — que provavelmente estão mortos... Então, em uma tentativa de esquecer suas tristes lembranças e, ao mesmo tempo, continuar seu trabalho revolucionário, os irmãos vão parar em um concerto de rock organizado pela Resistência onde os caminhos de Wisty e de um jovem roqueiro vão se cruzar. Afinal, Wisty poderá encontrar algo que lhe ofereça alguma alegria em meio a tanta aflição, quem sabe o seu verdadeiro amor... Mas, quando se trata destes irmãos, nada costuma ser muito simples e tudo pode sofrer uma reviravolta grave, do tipo que pode comprometer suas vidas. Enquanto passam por perdas e ganhos, O Único Que É O Único continua fazendo uso de todos os seus poderes, inclusive do poder do gelo e da neve, para conquistar o dom de Wisty... Ou para, finalmente, matá-la.
Vou tentar não dar spoiler do enredo para quem ainda não leu o livro anterior. O enredo desse livro se inicial pouco tempo depois do fim do primeiro, só há um pequeno problema que eu tive: apesar de não lembrar muito bem dos acontecimentos do primeiro livro – eu tive que dar uma relida nos capítulos finais, mais uma folheada para me situar -, não consegui encaixar o começo de O Dom com o final de Bruxos e Bruxas. Mas fora isso, tudo bem.

Esse livro, em comparação ao anterior, tem uma quantidade maior de cenas de ação e perigo. É quase como se os irmãos Allgood saíssem de uma enrascada só para cair em outro. E em determinado momento da obra, é isso mesmo que acontece. A descrição das coisas continua a mesma: James Patterson tem um problema de descrever o desnecessário e deixar o essencial à cargo da imaginação do leitor. Na série Alex Cross também é assim.

Ainda sobre os momentos de ação do livro, o desenvolvimento dos poderes de Wisty e Whit é bem aproveitado. Tal como os poderes d’O Único. Sim, O Único aparece bem mais nesse livro e usando seus poderes elementares. Há uma cena bem legal já no final quando os irmãos e o ditador estão lutando na Terra Livre (se não a memória não me falha) e ele começa a usar a dominar os elementos e os irmãos tentando arranjar um jeito de desviar. De início você pode ter uma certa antipatia para com o modo de agir dos irmãos ao dominar a própria magia, mas depois você para e pensa: “eles são dois irmãos adolescentes, deixa eles invocarem uma prancha de longboard”.
— (...) Seja honesto. Seja franco. Seja rápido.
— Hum... bem...
— Silêncio! – berra O Único com uma voz tão poderosa que parece fazer o prédio tremer.
A distribuição dos capítulos continha a mesma: capítulos curtos sobre o ponto de vista de Wisty e Whit. Mas agora, a novidade, é que há dois ou três capítulos sobre O Único e um sobre Byron Swain, que se torna uma peça-chave no desenrolar da história. Foi um personagem bem aproveitado. Mas agora falando sobre os personagens em si, comecemos pelo ditador da história. Sinto muito em dizer, James Patterson, mas sua tentativa de criar um antagonista que meta medo e inspire ódio foi por água abaixo. Ao longo dos diálogos com ele, a impressão que dá é que ele é uma criança birrenta e que chora até conseguir o brinquedo que tanto quer.

Os irmãos Allgood não ficam para trás. Eles têm que carregar o fardo de uma revolução nas costas, mas um deles (Whit) está mais preocupado em viver de/por as alucinações com a namorada morta do que treinar seus poderes; já a outra (Wisty) tenta cativar o leitor com suas tiradas sarcásticas, mas só dá a impressão de que ela é uma criança rebelde e megalomaníaca. Talvez, nessa narratiav, o único personagem que se salve é o próprio Byron.
ALGUNS POLUIDORES DO SOM PARTICULARMENTE REPREENSÍVEIS DA ÉPOCA ANTERIOR
Como Definido por O Único Que Monitora Estímulos Auditivos
O Único Que Monitora Estímulos Auditivos? Sério? Isso era para soar ameaçador ou apenas infantil? O que mais me dá raiva nessa série é que eu sei que James Patterson é um bom autor, mas o que ele faz nessa saga é de dar nojo. Esses nomes ridicularmente infantis, estragam o desenrolar da história e aliados com certas atitudes imaturas dos protagonistas, meus olhos ficaram doendo de tanto revirá-los no decorrer da leitura.

[RESENHA] Bruxos e Bruxas #1 – James Patterson (& Gabrielle Charbonnet)

0 comentários:

Postar um comentário