5 de outubro de 2014

Cinema #13: Possessão

Título Original: Possession 
Ano: 2012 | Duração: 92 minutos 
Direção: Ole Bornedal 
Produção: Nicole Brown, Joseph Drake, Brendan Ferguson 
Elenco: Jeffrey Dean Morgan, Kyra Sedgwick, Natasha Calis, Madison Davenport, Matisyahu, Grant Show, Robb LaBelle 
Nota: 4 
Sinopse: Clyde e Stephanie Brenek estão separados, mas conseguem se relacionar para o bem das duas filhas do casal. Quando ele compra uma casa nova, sua filha mais nova Em o convence a comprar algumas coisas para lá, entre elas, uma caixa de madeira muito bem trabalhada e ao mesmo tempo misteriosa, que não se pode abrir. Encantada pelo artefato, a jovem descobre como se abre, passa a ouvir vozes e, em seguida, estranhos acontecimentos começam a acontecer na casa. Desconfiado do comportamento da caçula, totalmente diferente, ele conversa com a ex que não dá ouvidos e eles começam uma nova crise. Quando a mãe se dá conta de que ele falava a verdade, já é tarde demais, pois a jovem está possuída por um espírito do mal, que se alimenta de seus hospedeiros. Começa então uma corrida contra o tempo para salvá-la e um exorcismo pode ser a solução.

Qual amante do cinema do horror se privou de assistir a'O Exorcista (1973) bom amante não é. Hoje vou contar para vocês o que acontece quando se juntam uma inocente menininha e uma caixa velha comprada num bazar de garagem.
Você conseguiria se lembrar de quantas vezes você viu uma garotinha atuando super bem num papel que um adulto, ganhador de prêmios importantes, não conseguiria? Vou ariscar e dizer alguns de vários: A Órfã (2009), A Profecia (1976), Encurralada (2002). Nesses filmes, as crianças deram um show de atuação em tramas incríveis e que exigiam delas uma competência incrível. É inegável que Natasha Calis se saiu muito bem interpretando a possuída Em. Tudo na sua atuação é caprichado: o seu modo de falar, as expressões – quando a garota começa a chorar e você sabe que é o demônio naquele momento – e o próprio roteiro ajudaram.
 A equipe de maquiagem e de efeitos especiais também ajudou muito na hora da criação da atmosfera de terror em que o filme está inserido. A maioria das cenas assustadoras acontece sob uma boa iluminação, deixando de lado o estigma de que terror é sempre no escuro. Uma das cenas que eu mais gosto foi gravada em plena luz do dia e nem por isso tira o ar aterrorizante. A equipe de EF desmanchou o rosto da garota em certos momentos, criou a mão na garganta de Em, criou a própria entidade; tudo isso muito bem feito e sem que fizesse o espectador pensar “Nossa, que coisa mal feita!"
O roteiro é bem amarrado e se foi deixada alguma ponta solta, me digam, pois não a encontrei. O final é aquele em que acontecem duas coisas ao mesmo tempo: uma boa e uma ruim. Uma já é esperada, mas a outra me surpreendeu das duas vezes em que assisti. Além disso, diz-se que o filme é baseado numa história real. Não sei vocês, mas eu sempre fico com um pé atrás quando diz que um filme assim é baseado em uma história verídica. Não por medo, mas pelo que é relatado. Realmente não me desce que tudo isso aconteceu de facto, mas aparentemente sim. Deixemos passar isso. Desde o começo do filme sabemos que a caixa guarda algo maligno, o que eu gostei, já que em alguns filmes há uma boa demora para o mal começar a agir. Aqui só há um curto intervalo, mas quando ele começa seus trabalhos... Coitada da garotinha! É bem interessante como esses espíritos e entidades sempre buscam casais que estão passando por problemas conjugais, aqui, no caso, é mais um casal divorciado que tem que sofrer.

Não gostei muito de terem ofuscado a outra irmã, Hannah (Madison Davenport), deixando ela totalmente de lado. Os roteiristas bem que poderiam ter adicionado algumas cenas das duas para aumentar o lado dramático. Tem uma cena, quando Em já está quase que completamente possuída que me lembrou muito uma cena do filme A Entidade (2012). A cena em que o dybbuk faz cair todos os dentes de Brett (Grant Show) é incrível. Se você quer assistir outro filme com essa mesma criatura e que é igualmente incrível, recomendo dar uma procurada em Alma Perdida (2009).

Em falar em dybbuk, não é que essa criatura existe de verdade? É uma criatura do folclore judaico e diz-se ser uma alma que sua entrada foi negada no Inferno (Geena) por ter cometido uma grave transgressão, como o suicídio.
Segundo a crença, uma alma que foi incapaz de cumprir sua função durante a sua vida é dada outra oportunidade para fazê-la em forma de dybbuk.
 Há uma notícia no Los Angeles Times sobre a tal caixa.

Voltando ao filme, com exceção da morte no final, o filme conta com um terror sem nenhuma vítima fatal, o que achei bem interessante. E eu me pergunto: será que para o terror ser bom mesmo, precisa de mortes? Há o caso do terror psicológico nesse filme e a tensão, os sustos e o subentendido. É um filme que recomendo ser assistido no escuro para uma maior emoção.

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