21 de outubro de 2014

666, O Limiar do Inferno - Jay Anson

Autor: Jay Anson
Editora: Círculo do Livro
Gênero: Terror
Número de Páginas: 253 páginas
Número de Estrelas: 4 estrelas
Skoob: 666 - O Limiar do Inferno
Comprar: Estante Virtual

Esse é o segundo livro que li para o desafio do mês do horror (sim, eu estou consciente do meu super atraso!). Eu o escolhi para a lista apenas por ter gostado do nome e ser do mesmo autor de Horror em Amityville. Nunca tinha lido nada sobre casas mal-assombradas e já vou avisando que esse foi um bom começo para o tema. Não sei porquê demorei tanto para terminar esse livro, já que o mesmo é curtinho e é envolvente. Mas vamos lá ao que interessa de fato.

O casal Keith e Jennifer volta pra casa após curtas férias e, atrás de seu quintal percebe uma casa que não estava lá antes: um casarão vitoriano que foi transportado até lá enquanto viajavam. Acontece que a casa não é necessariamente abençoada: ao investigá-la, Keith descobre que o antigo morador assassinou a amante e o cunhado lá dentro. Mas a casa causa certas sensações estranhas nele, justificadas conforme o desenrolar da história. Uma série de acontecimentos estranhos se inicia.
Logo de início, quando você pega a história para ler você fica intrigado com a obsessão que o protagonista, Keith, desenvolve pela casa. E eu falo isso, pois ele começa a se tornar fissurado pela casa logo nas primeiras cinco páginas do livro. Ele não consegue simplesmente aceitar o fato da casa ter sido transplantada para a Sunset Broke Lane. Em algumas passagens na obra, o personagem vai atrás de pesquisar a história da casa, tenta se meter na reforma do número 666. O problema é que essa obsessão pela casa começa a afeitar seu relacionamento com sua esposa Jennifer. E vejam bem: esse afastamento que começa a se abrir entre os dois, é muitíssimo importante para o desenrolar do enredo.
Em novembro de 1977, seis meses depois do casamento de Jennifer e Keith, David foi para Paris, num leilão no Hotel Druot. Eleonor Carmichael surpreendeu um gatuno invadindo seu apartamento na Riverside Drive.
A casa, desde o primeiro capítulo, é o foco da obra. Não é a toa que o autor a detalha tão bem, mas como eu tenho um problema para imaginar arquiteturas mais sofisticadas, eu tinha que ficar olhando para a casa na capa do livro. No começo eu não estava satisfeito com a descrição que o autor fazia dos personagens, mas depois eu vi que ele descrevia os personagens em cada cena apenas com o que era necessário. Se a cena precisa de um toque mais sensual, certas partes e ações dos personagens são bem descritas. Do mesmo jeito com as cenas de insanidade.

Cada personagem é muito bem modelado e inserido na história. O irmão de Keith, Paul Olson, aparece em determinado momento da obra e eu fiquei me perguntando: “poxa, como vão conectar ele à história central?” e logo mais estava a explicação. Cada personagem não é apenas jogado no atualmente, eles têm os seus passados e são quase elementos vivos na obra. O livro é dividido em apenas 18 capítulos mais um epílogo (vou falar sobre ele mais na frente) e cada capítulo é dividido em blocos contados sob o ponto de vista de personagem X.

Confesso que estava tendo um problema com o desenrolar dessa história, por alguns motivos: não sei se é da escrita do autor ou problemas com a tradução, mas tem muita repetição no texto. Se eu fosse contar quantas vezes foi usado “o número 666, da Sunset Broke Lane” em apenas um parágrafo, iria dar um número muito alto. Outra coisa: a história avança (no começo) de um jeito bem devagar e dá a impressão de que não houve tantos acontecimentos assim. Outra coisa que eu não consegui entender: Keith tem consciência dos fatos estranhos que estão acontecendo ao redor da nova casa, mas por que ele não consegue ligar o número dela a esses eventos? Poxa, 666 é o número da besta e mesmo assim eles não levam isso em consideração?
(...) São Paulo foi decapitado e São Pedro, crucificado de cabeça para baixo. Mas, em meio a tudo aquilo, havia uma coisa que se fixou na memória de David: Nero tinha medo de fantasmas.
O livro não conta com muitas cenas assustadoras e/ou bizarras, mas quando estas acontecem, são de meter medo. Por exemplo: quando sabemos como aconteceu direitinho os assassinatos no número 666, da Sunset Broke Lane.  Outro ponto: a investigação sobre a moeda. Um certo sonho de David e, sem sombra de dúvidas, o capítulo 18 do livro. Tem uma cena nele que... Glória eterna!

A história se encerra direitinho com os 18 capítulos, com um ar de faltando alguma coisa, mas tudo bem. O epílogo só serviu para acrescentar muito mais coisas importantes a obra e deixar aquele bom gostinho de quero mais, de quero uma continuação. O que é contado no epílogo acontece 4 meses e 11 dias depois do clímax da história e ele vai terminar de um jeito que você fica: EU NÃO ACREDITO NISSO!

De fato, 666 – O Limiar do Inferno é um livro muito bom, que assusta quando precisa, mas não tem essa obrigação em todas as páginas. Pode ser que eu venha a lê-lo novamente para me atentar a certas coisas que deixei passar; mas o que mais adoro nesses suspenses psicológicos, é o modo como o passado se repete no “presente”.

0 comentários:

Postar um comentário