16 de agosto de 2014

As Crônicas dos Kane #3: A Sombra da Serpente - Rick Riordan

• Autor: Rick Riordan
• Editora:Intrínseca
• Gênero: Fantasia, YA
• Número de Páginas: 343 páginas
• Número de Estrelas: 5 estrelas
• Skoob: A Sombra da Serpente
• Comprar: Submarino | Extra

A Sombra da Serpente também fez parte do desafio literário que participei no começo do ano. E talvez ele tenha sido o melhor que tenha lido nesse desafio. Finalizando a trilogia As Crônicas dos Kane, Rick Riordan acertou em muitos pontos, outros são passáveis, mas alguns são de nos deixar com os cabelos em pé e arrancas vários tufos.


Sadie e Carter são importantes descendentes da Casa da Vida, uma sociedade secreta de magia estabelecida no Egito ainda no tempo dos faraós. Os irmãos sabem que sua herança ancestral lhes reserva um importante papel: seus poderes são fundamentais para a restauração do Maat, a ordem do universo. Mas, uma vez instalado, o Caos é imprevisível, incalculável e incontrolável, e agora que Apófis está livre os Kane têm somente três dias para evitar que a serpente destrua o planeta. Como se isso não bastasse, a sorte deles parece só piorar. Os magos estão divididos. Alguns deuses egípcios estão enfraquecendo e, um a um, começam a desaparecer. Walt, um dos mais talentosos combatentes da Casa do Brooklyn, foi amaldiçoado, e sua energia vital está se esvaindo. Zia agora é responsável por Rá, o deus sol, que está completamente senil e não será de grande ajuda. Sadie e Carter, ao lado de alguns jovens magos e uns poucos aprendizes, são os únicos dispostos a enfrentar a serpente e salvar o mundo.
Penso que quando o autor dá a cara à tapa e escrever capítulos sobre pontos de vista diferentes, ele está assumindo o risco de, uma hora ou outra, escrever tudo de um mesmo jeito, mudando apenas os locais onde os personagens estão. Rick Riordan apostou em escrever sob dois adolescentes com costumes diferentes e criados em locais diferentes por pessoas diferentes. Ela na Londres, ele ao redor do mundo. Pouco que me lembro do primeiro livro, posso afirmar que era distinguível quem estava contando. No segundo, as coisas foram começando a se misturar e nesse terceiro livro, você nem sabe se é apenas um ou dois locutores. O modo como cada um conta é tão parecido que é como se os costumes que essas crianças aprenderam ao longo de toda a sua criação fossem os mesmos. Além disse, o autor exagerou tanto no sarcasmo e egocentrismo na protagonista Sadie que, em momentos, ficou muito irritante; não menos engraçado, mas dispensáveis algumas falas e pensamentos.
— É possível... mas acho que não. O rosto disse que íamos precisar da ajuda dele e que tínhamos dois dias até algo acontecer com ele.
Para quem é leitor assíduo de Rick, sabe que ele ama duas coisas: equinócios e informações pela metade. Em cada livro dele ele nos dá um limite curte de tempo para que os personagens hajam de forma extrema e que parte desse tempo seja perdido com besteiras, a saga Percy Jackson que o diga, venhamos e convenhamos. Quanto às informações, eu entendo que seja para prender o leitor até o final do livro, mas isso é crueldade. Passei um livro inteiro sofrendo para descobrir o maldito segredo de Walt Stone para ele ir lançando essas informações à cada cinquenta páginas.

Devo admitir que o começo desse livro é bem maçante. É como se ele fosse dividido em parte teórica e parte “prática.” Sendo essa quase que a primeira metade toda do livro e esta última os capítulos finais, os capítulos da batalha mais importante. Até arrisco em dizer que o capítulo Garoto-morte ao resgate é o melhor de todo o livro. Como é característica das obras de Riordan, cada cena de ação é bem elaborada, detalhada e imersiva. Nessa obra não poderia ser por menos. Nesse capítulo não poderia ser por menos. Mas creio que ele errou a mão quando criou o último combate (contra Apófis). Ficou algo um tanto confuso.
(...) — E há outros desafios também. Não perdi completamente o dom da profecia, mesmo depois de morta. Tenho visões turvas de outros deuses e magia rival.Isso realmente não soava bem.
— Como assim? — perguntei. — Que outros deuses?
— Não sei, Sadie. Mas o Egito sempre enfrentou desafios externos... magos de outros lugares, até deuses de outros lugares. Mantenha-se alerta.
 Para quem não sabe, Percy Jackson e Os Olimpianos acontece ao mesmo tempo que As Crônicas dos Kane, apenas em cidades diferentes de Nova York, e ao longo dos dois anteriores livros, Riordan nos dá pontas disso. Criaturas aladas vagueando pelo céu, um personagem dizendo que há outros problemas além do Brooklyn, etc; nesse livro o autor nos dá uma enxurrada dessas informações. Ele afirma, reafirma e reafirma novamente que há alguma coisa além dos territórios dos magos, da Casa da Vida. (Talvez seja aqui que entrem os crossovers)

Você pode muito bem fechar esse livro com a sensação de “dever cumprido”. O bem venceu o mal – como sempre... ou na maioria das vezes -, todos acabaram bem, casais foram formados, e todo o blá, blá, blá com quem estamos familiarizados, mas se você for como eu que notou uma ponta extremamente solta e gritante, vai ficar pedindo por mais e mais obre esse mundo. O autor fez a maior covardia em inserir um personagem que pode causar muita confusão, mas que não tem um final certo aqui. Tudo que eu espero é que The Staff of Serapis seja lançado logo no Brasil.

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