12 de abril de 2014

Fúria - Stephen King [a.k.a. Richard Bachman]

• Autor: Stephen King [aka Richard Bachman]
• Editora: Editora Francisco Alves
• Gênero: Suspense (Psicológico)
• Número de Páginas: 181 ~ 241 páginas*
• Número de Estrelas: 4 estrelas
• Skoob: Fúria
• Download: Toca da Coruja

Stephen King é, de longe, um dos meus autores favoritos. Mesmo eu não tendo lido todos os seus livros, nem conhecer toda a sua vida, mas estou galgando aos pouco os degraus para que eu me considere um fã. Enquanto procurava por e-books para ler, acabei achando esse livro, o qual nunca tinha ouvido falar até então. Se você já assistiu e/ou leu Precisamos Falar Sobre Kevin (Lionel Shriver) e gostou, caro amigo, aproxime-se mais e conheça Charlie Decker.
Charlie Decker é um garoto problemático, e seus pais, amigos, professores e mais um conjunto de eventos o fizeram pirar. Charlie tem uma arma, Charlie é perigoso. Ele segue para a aula e mata sua professora de álgebra e mais outro professor, e passa a manter a sala de refém. Começa um jogo psicológico mortal entre Charlie e seus colegas. Os segredos íntimos deles são revelados um a um e a ansiedade pouco a pouco se instala. É uma lição que Charlie quer que nunca esqueçam.
O livro foi escrito em 1966, então esse é o primeiro contato de Stephen King com o meu escolar. Causando, psicologicamente o terror nesse âmbito. Todos os acontecimentos de maior relevância acontecem na Sala 16 da Escola Secundária Placerville, mas ela não se passa só nesse espaço.
Meu lugar era na fila mais longe da porta, que é a mais perto da janela, e vi o esquilo no gramado.
O livro tem, inicialmente, capítulos curtos, mas que vão se alongando ao decorrer do que o suspense vai se instalando. A narrativa é contada em primeira pessoa, pelo ponto de vista do próprio Charlie. Exceção aos últimos capítulos que são cartas e documentos. A linguagem é de fácil entendimento, até mesmo as gírias... o que faz a leitura seguir e você nem se dar conta de quando acaba.
— Que fantasiazinhas nojentas de masturbação você imaginou agora, Charlie? - perguntou Ted, ainda sorrindo.
O que eu mais apreciei no arquivo, foi a tradução. Não notei nenhuma expressão suavizada - como o que está acontecendo com algumas obras do Stephen -, sinônimo ou eufemismo. O linguajar adolescente ficou intacto. Os assuntos que são tratados pelos jovens na obra são respectivos ao meio. Sexualidade, drogas, família, amigos, etc.

O livro tem muitos tons de melancolia, isto talvez, se deva ao fato dele ter sido escrito na fase ruim do autor. O autor admitiu que escreveu Fúria numa época de grande repressão sexual e envolvimento com entorpecentes. Repressão sexual essa que é abordada em determinados momentos da obra. O livro também conta com bastante introspecção por parte do protagonista. Charlie analisa seu eu em diversos momentos da obra, seus atos... flasbacks são recorrentes.

Uma coisa que eu adorei (também!) na história foi o fato de Charlie não ser temido por seus reféns. Os seus colegas agem normalmente em sua presente e diante de toda a situação que acontece ao seu redor. Eu até considerei Charlie como a libertação dos 24 jovens, pois foi, apenas na presença dele, que eles se abriram para si mesmo: reconhecendo quem são e mostrando que não são o que mostravam todos os dias nos corredores da escola. Bem verossímil, não acham!?
Virei-me para a porta da Sala 16 e abri-a. Eu tinha esperanças, mas não sabia de quê. (...) Tirei a pistola do cinto. Não estava nem mesmo certo de que estivesse carregada até que ela disparou. Atirei nela na cabeça.
Na ficha técnica do livro, vocês podem perceber duas peculiaridades: 1) a variação no número de páginas; 2) não tem link para compra. Isso se deve ao fato de Stephen King ter proibido a circulação desse livro, pois um exemplar do mesmo foi achado no armário de Michael Carneal. O único meio de se ler Fúria é no exemplar Os Livros de Bachman, porém ele não é mais reimpresso, a não ser na Inglaterra, porém sem o romance em questão.

Apesar de ser um romance curto, bastante psicológico, no qual não existe um clímax certo, ele me agradou bastante e tirou todos os meus que eu tinha a respeito de Stephen King. Medos esses que foram criados depois que eu me decepcionei com o livro Sombras da Noite.

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