18 de outubro de 2014

Cinema #14: A Good Marriage

Título Original: A Good Marriage
Ano: 2014 | Duração: 102 minutos
Direção: Peter Askin
Produção: Peter Askin, Linus Hume, Will Battersby
Elenco: Joan Allen, Anthony LaPaglia, Kristen Connely, Theo Stockman, Stephen Lang, Will Rogers
Nota: 3
Sinopse: Darcy e Bob são casados 25 anos, e levam um relacionamento tranquilo e amoroso. Um dia, no entanto, uma série de assassinatos começa a acontecer na região, e Darcy suspeita que seu marido seja o responsável pela morte brutal de mulheres no local. Como lidar com o segredo?


Logo de início pude perceber o cuidado que o diretor teve ao montar as primeiras cenas. Pode-se perceber que a equipe de produção focou bem no conteúdo do conto do qual o filme é adaptado. A abertura já é uma presa de Bob, depois passa-se para a comemoração de Bodas de Prata de Darcy e Bob, onde já podemos ver o detetive Hoult de olho em seu suspeito. Em um momento da obra escrita, Stephen faz referência a uma música que fala sobre tumbas a cada milha e logo essa tal música começa a tocar. Esses e outros detalhes fazem a fidelidade do filme e isso apenas nas cenas iniciais.

As atuações de Joan Allen (Darcy) e Anthony LaPaglia (Bob) são estupendas. La Paglia principalmente. Fora a careca, parece que King escreveu o personagem inspirado nele [Anthony].  Ele conseguiu captar bem a personalidade de Bob. Um homem devotado, um bom amante e esposo, mas um predador.  Há uma cena, logo no começo, em que ele vê uma vizinha aos beijos com o namorado e ele a encara como se fosse a sua próxima vítima. Joan interpreta uma Darcy um tantinho diferente do conto, quase nada. Talvez a única diferença na personalidade seja que a Darcy do conto fica mais contida depois da revelação do segredo, ela pensa muito a respeito disso. No filme, ela mal consegue esconder o incômodo do marido; e olha que no conto Bob se orgulha de ser meticuloso e identificar as mínimas diferenças do modus operandi das pessoas.

Em relação a passagem de tempo entre a revelação e o clímax da história, acho que a equipe de roteirista, direção e produção conseguiu adaptar bem, já que no texto fica apenas subentendido as coisas que acontecem quando eles “voltam a rotina”. Já no filme, essa rotina é mostrada. Os diálogos do livro também estão no filme, o que é bem interessante, mas eles adicionaram algumas falas baseadas nos pensamentos da Darcy original.

O que me agradou (e ao mesmo tempo me irritou algumas vezes) foi a sonoplastia. Sonoplastia serve para enfatizar os momentos, mas esse filme tem tanto piano, tanto, que na metade eu não aguentava mais ouvir aquelas teclas sendo tocadas.

As enumerações abaixo contém spoilers tanto do filme quanto do livro. Leia por sua própria conta e risco:

[+] Pontos positivos quanto à fidelidade
• Apesar de ela não estar no conto, adorei a adição da vizinha Betty no filme. Assim, Darcy fica com mais receio de Bob ter uma recaída, já que, segundo os padrões dele, Betty é uma esnobe;
• Quando Darcy vai esconder as pistas do assassinato... Arrisco em dizer que o modo como ela escondeu o pano de prato e o saco plástico ficou bem melhor no filme do que no conto;
• Adição de várias cenas complementares.

[+] Pontos negativos quanto à fidelidade
• No conto, Darcy fantasia muito em relação ao mundo Escuro que está escondido atrás dos espelhos. Depois e um tempo, ela se vê como a Mulher Escura. Até aí tudo bem, já que são coisas que ela leva consigo desde a infância, mas não havia necessidade nenhuma de criar, no filme, uma protagonista cheia de alucinações monótonas;
• A cena em que Darcy mata Bob poderia (e deveria) ter sido gravada do mesmo jeito que Stephen King escreveu. 1) teve mais emoção; 2) daria para Darcy mentir melhor ao ser questionada do como ocorreu;
• Em certos momentos, acho que o diretor não soube captar a atmosfera que é presente no conto.

É um filme bom, mas o problema é que eu não sei se gostei dele. Eu não achei ruim, mas também não foi o melhor filme que assisti. É daqueles que só é bom ver uma única vez. Mas é como um comentário que vi no Filmow diz: poderia ter sido adaptado para um curta sem nenhum problema. Veja a resenha do conto aqui.

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